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Comeram as mabangas e sumiram com as cinzas

Jornal Opais por Jornal Opais
14 de Fevereiro, 2018
Em Opinião

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Estamos no primeiro dia da Quaresma. Quarta-feira de cinzas. Simbolicamente, para os cristãos católicos, um dia de reflexão em torno da sua religiosidade e da sua condição de simples mortais. É dia de ressaca do Carnaval. Ontem, o país parou para ver o desfile do grande Carnaval de Luanda a engolir os pequenos carnavais das restantes províncias. Ficou mais uma vez provado que aqui é a capital e o centro de todas as atenções nacionais. Para o bem e para o mal, Luanda é o ponto nevrálgico e tubo de ensaio da sobranceria dos que têm poder para fazer acontecer.

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Os anos moldaram esta perspectiva em razão da reiteração de práticas autoritárias e sem um mínimo de respeito aos preceitos culturais. O nosso carnaval está amorfo e refém de interesses distanciados dos seus principais paladinos. Ele é feito para disfarçar um discurso político e para agradar a quem está no poder. É o que se pode depreender da insistência em dar ao desfile competitivo características protocolares excessivamente formais, em que o governador da província rouba a cena ao presidente da Associação do Carnaval de Luanda e faz um discurso cheio de pompa para reverenciar a presença do Presidente da República, igualzinho ao que ocorria em anos anteriores.

Por sinal, o figurino assenta como uma luva e ainda deve ser cedo para vermos o Chefe de Estado no Carnaval, servido de todas as mordomias, mas com maior discrição. É possível avançar para um formato organizativo que venha respaldar os apelos a participação popular, se forem criadas condições para as pessoas lá estarem com um mínimo de dignidade, comodidade e liberdade de circulação, tudo isso sem atrapalhar o desenrolar do espectáculo e eliminando barreiras entre dirigentes e dirigidos. Ademais, os nossos dirigentes deveriam pagar para beneficiarem dos privilégios que lhes são reservados.

Seria uma boa maneira de garantir uma parte do retorno do investimento público, quer dizer, do nosso dinheiro, que não é nada pouco, gasto para financiar a realização do Carnaval. É caricato que o cidadão comum, para lá estar sentado numa bancada, tem que pagar. Esta dose de formalismo e de protocolos oficiais afugenta um bom número de adeptos desta manifestação popular. É óbvio não ser admissível regatear os aspectos de segurança. Todos devem lá estar sem sobressaltos e, aí sim, entram as instituições vocacionadas do Estado para salvaguardar estes aspectos. Mas é imperioso sair do actual escopo para se devolver o Carnaval ao povo. A semântica do Carnaval de Luanda tem expressões muito próprias. A Quarta-feira de Cinzas para os outros é, para nós, o Dia das Mabangas.

O marisco de concha bivalve, muito apreciado pelos habitantes da faixa litoral de Luanda, tornou-se símbolo da reunião apoteótica que os grupos carnavalescos faziam, em tempos mais recuados, para fechar a época do entrudo. Independente do resultado na competição, o Dia das Mabangas era sagrado, para descomprimir e queimar os últimos cartuchos dos dias de folia. Agora passou a ser o dia da festa dos vencedores e de lágrimas e contestações dos derrotados. Mataram a mística e nem mais as cinzas das mabangas é possível apreciar nos desfiles espontâneos pelos bairros de origem dos grupos. Ou será porque os grupos deixaram de ser referenciados como unidades originárias dos bairros e passaram a ser apresentados como representantes de municípios?

Daí, a gafe imperdoável do senhor governador de Luanda, ao citar o União Jovens da Cacimba como grupo do novel município de Talatona, quando, na verdade, ele tem sede na zona onde está situada a Maianga do Rei, na fronteira entre o Prenda e o Margoso. Se destruirmos a história dos bairros de Luanda por conta do avanço desenfreado do betão e do desenvolvimento urbanístico, perderemos parte da sua identidade. E aqui, com o que se está a fazer com o Carnaval de Luanda, temos um bom exemplo deste risco, pois estamos a ficar sem os territórios onde poderíamos ir recolher mabangas bem saborosas e enterrar no asfalto as reminiscências de um produto cultural único. São cinzas que não queremos perder desafortunadamente.

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