Este aniversário não é apenas uma efeméride eclesiástica. É, sobretudo, um marco nacional, porque nestas cinco décadas, a Igreja Católica em Angola foi — e continua a ser — uma força indispensável na pacificação dos espíritos, na reconciliação nacional e na construção da unidade. Nos períodos mais difíceis da nossa história, a voz da Igreja foi muitas vezes chamada a apaziguar, a orientar e a curar feridas, mantendo viva a esperança de um povo em busca de paz.
Mas o contributo da Igreja não se resume ao plano espiritual. As dioceses jubilares, à semelhança DAS outras, INCLUINDO IGREJAS CRISTÃS, estiveram e estão na linha da frente da educação, da saúde e da moralização da sociedade.
A Igreja é presença viva no quotidiano das comunidades, garantindo escolas, centros de saúde e iniciativas sociais que complementam e reforçam a ACÇÃO do Estado.
Hoje, celebrando cinquenta anos de serviço, importa olhar para o futuro. Um dos desafios centrais de Angola é a qualidade da educação desde a base. É aqui que o Estado e a Igreja têm já um instrumento sólido: o Acordoquadro assinado entre a Santa Sé e Angola, que CONSOLIDA O espaço DE COLABORAÇÃO E cooperação no ensino.
Este enquadramento deve ser plenamente aproveitado, sobretudo no ensino pré-escolar e primário, fases em que se constroem os fundamentos que moldam o futuro de cada criança. A Igreja, com a sua experiência e rigor, tem uma mais-valia única: a formação exigente dos padres e das madres nos seminários e congregações religiosas. É daí que surgem educadores com vocação- mestres preparados não apenas para transmitir conhecimento, mas para formar integralmente, com espírito de dedicação e sentido de missão.
A presença destes professores no ensino de base é uma garantia de qualidade, de valores e de compromisso com a criança e com o país. Na saúde, o exemplo da Igreja é igualmente eloquente. O seu envolvimento em unidades sanitárias, sobretudo em áreas remotas, tem sido determinante para garantir que os angolanos, independentemente da sua condição ou lugar de nascimento, tenham acesso a cuidados essenciais.
É uma parceria natural que deve ser fortalecida, porque onde o Estado não chega de imediato, a Igreja frequentemente já está presente. Ao felicitar as dioceses do Sumbe, Saurimo, Menongue e Ondjiva pelas suas bodas de ouro, presto homenagem não apenas ao seu passado de dedicação, mas também ao futuro que se abre. Que continuem a ser faróis de fé, de esperança e de serviço, ajudando-nos, como sociedade, a sermos mais justos, mais unidos e mais solidários.
Que os próximos cinquenta anos sejam ainda mais frutuosos, para que, guiados pela fé e pelo amor à pátria, possamos continuar a caminhar lado a lado — Estado, Igreja e sociedade — na construção de uma Angola reconciliada, próspera e verdadeiramente humana. Vigílio Tyova- Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Ambiente DA ASSEMBLEIA NACIONAL..
Por: Vigílio Tyova
*Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Ambiente DA ASSEMBLEIA NACIONAL