Chegou a minha vez. Tudo que tem princípio tem fim; estou de malas aviadas, no “modo avião”, de regresso à procedência, após quatro anos de diplomacia comunicacional.
A minha missão no Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela chegou ao fim. Foi uma oportunidade única de servir o meu país no exterior; regresso de cabeça erguida — missão cumprida.
Agora é a minha vez. Estou alegre; sou alguém que se dedicou, venceu desafios, promoveu a boa imagem do país, ajudou a construir pontes, contribuiu para o fortalecimento das relações de amizade e de cooperação. Chegou a minha vez. É hora de reflectir sobre o quanto esta experiência significou para mim, uma história linda de interacção e nostalgia, uma narrativa de um tempo convicto que passou rápido.
Agora é a minha vez. A primeira viagem pelo mundo da diplomacia terminou; foi um dos maiores desafios da minha vida — anos de muito trabalho, percalços, realizações e aprendizado.
Chegou a minha vez. É tempo de fazer novas escolhas, partir para novos desafios, aceitar a realidade de forma consciente — afinal, os cargos não são vitalícios; as missões não são eternas. Agora é a minha vez.
Tenho de cair na real, saber renovar-me, ser generoso, sair com dignidade, servir de exemplo aos mais novos. Chegou a minha vez — a oportunidade de dedicar mais tempo à minha esposa, aos meus filhos, aos meus netos. Ninguém vive sozinho; foi com o vosso apoio que ganhei coragem, venci distâncias, compreendi e superei ausências. Agora é a minha vez.
Novo rumo na vida, longe de incertezas, ao lado dos meus irmãos, da minha família, dos meus compadres, dos meus amigos de peito que, nos bons e maus momentos, sempre estiveram do meu lado. Chegou a minha vez.
Estou de mangas arregaçadas, no encalço de novos horizontes, parcerias fiáveis — só o trabalho dignifica o homem. Agora é a minha vez. “Sem querer, querendo”, dei o meu melhor; a história dirá se foi suficiente ou relevante.
O coração não canta vitória pelo que começa, mas pelo que termina. Chegou a minha vez. Pode ser o fim de um capítulo, mas não do livro — a vida continua, apesar de, algumas vezes, surpreender com factos alheios às nossas vontades e desejos.
Por: JOÃO ROSA SANTOS









