Ao Sr. director do Jornal OPAÍS e a toda a equipa deste órgão, expresso as minhas saudações! Depois de um ano à espera, tivemos agora o prazer de saber quantos somos em Angola. A par de todos os dados ligados à educação, saúde, água e electricidade, acredito que nada nos interessa mais do que o crescimento demográfico.
Saber quantos indivíduos partilham o solo mwangolê é das coisas que mais anseiávamos, muito também por conta das intransigências que foram surgindo ao longo da colheita dos dados. Muitas foram as pessoas que se queixam de não receber em casa um recenseador, mas é bem provável que tenham sido contadas nos 36 milhões. bem, é sabido que um censo nunca é a apresentação de um dado taxativo, mas o aproximado.
No entanto, até o aproximado precisa ser bem contado, senão ocorrem as situações que todos vimos – casas não contadas, selos colados em portas e portões de residência mesmo sem ter havido uma entrevista entre o recenseador e o(s) proprietário(s) da casa, zonas não visitadas pelos “contadores” e outras mais. Se somos realmente 36 milhões, resta-me saber o seguinte: as crianças nascidas de gravidez precoce também estão incluídas?
Deposito a minha confiança no instituto Nacional de Estatística (INE) e no Ministério do planeamento, responsáveis pela realização e contagem do censo populacional. porém, algo me diz que talvez sejamos mais do que o número apresentado. Ou não. pode ser apenas uma ideia que emana na minha cabeça.
A pergunta que levanto é mesmo pelo índice elevado de adolescentes a darem à luz “à torta e à direita”, como se nada mais houvesse para fazer neste mundo ou até mesmo como se fosse uma necessidade urgente que devessem suprir antes que o mundo acabe.
Os números estão ali e ninguém pode duvidar destes, por serem transmitidos por órgãos oficiais, mas não resisto em perguntar: somos mesmo 36 milhões?
POR: justo António Paulo, são Pedro da barra, sambizanga








