À coordenação do jornal OPAÍS, saudações e votos de óptima quarta-feira! Os actos de vandalismo ocorridos na segunda-feira e ontem, em Luanda, provocaram danos incalculáveis à classe empresarial nacional e estrangeira.
O aproveitamento esteve na ordem do dia. Isso fez com que se perdesse o foco da paralisação, que se impunha por parte da classe de taxistas — em verdade, muito importante para a economia real do país. Os jovens, organizados em grupos, em vários pon- tos da cidade de Luanda e arredores, pilharam lojas e supermercados.
Levaram tudo — até bens que não têm uso em residências familiares. Isso demonstra uma gritante falta de civismo e de respeito pelas instituições. Penso que tal atitude é reprovável a todos os níveis. No entanto, é chegado o momento de se mobilizar melhor a sociedade, porque o futuro de qualquer país depende da sua juventude.
Aliás, os prejuízos são tantos que até as próprias seguradoras estarão à rasca com as responsabilidades que se avizinham nas próximas horas. Os jovens não devem desviar o foco e a atenção. Cidadania e activismo estão consagrados na Constituição — são direitos de aplicação directa.
Ora, a vandalização de bens públicos e privados, com danos irreparáveis e incalculáveis, constitui crime em qualquer parte do mundo. A responsabilidade é colectiva. Precisamos de nos unir para que o país retome a normalidade e alcance novos patamares de desenvolvimento social, político e económico.
POR: Kandundu João, Cacuaco