Caro coordenador do jornal OPAÍS, votos de uma boa terça-feira. Na verdade, em fase eleitoral, a paz é o oxigénio que mantém viva a democracia.
Não há dúvidas de que sem ela qualquer processo perde legitimidade e se transforma num campo de batalha onde o medo substitui o voto e o ruído substitui o diálogo. Penso que a paz garante que o eleitor possa escolher livremente, sem coação, sem ameaças e sem manipulação.
Num contexto tenso, a serenidade coletiva é o primeiro sinal de maturidade política de um povo. Quando a paz é preservada, as eleições deixam de ser um jogo de força e passam a ser um exercício de cidadania. É nesse ambiente tranquilo que as ideias florescem e os projectos de nação se confrontam de forma saudável.
Acredito que a violência e o ódio, ao contrário, sufocam o pensamento crítico e afastam os cidadãos do debate público, criando feridas sociais que demoram a cicatrizar. A paz também é sinónimo de respeito pelo nosso adversário, pelas instituições e pelo próprio voto.
Nenhuma vitória justifica o caos, e nenhum resultado vale mais do que a estabilidade de um país. Temos que perceber que, quando candidatos e eleitores compreendem isso, o processo torna- se um acto de construção e não de destruição. Era só isso…
POR: Luís Paulo
Luanda, São Paulo









