A Avenida Fidel de Castro, conhecida por muitos como Via expressa, ou por alguns como “auto-estrada”, uma das principais e mais importante via das províncias de Luanda e Icolo e Bengo, parecendo que não continua a ser uma das zonas mais perigosas para os motoristas que trafegam nestas províncias.
A Via expressa, tal como foi projectada, deveria ser símbolo de modernidade e mobilidade urbana, mas ultimamente, por conta a ambição desmedida de muitos angolanos, transformou-se num palco de risco, principalmente à noite.
Transforma-se num verdadeiro perigo para os automobilistas e peões, devido aos inúmeros pontos escuros que se estendem ao longo da via.
É preocupante constatar que, em pleno século XXi, ainda convivemos com zonas completamente às escuras numa estrada de tão grande importância e ponde o trânsito é feito em velocidade acima dos 60km/h. Grande parte dessa escuridão resulta do roubo constante de cabos eléctricos, postes, tampas e outros materiais usados na iluminação pública.
Este fenómeno não é novo, mas parece ter-se tornadorotina.As reposições demoram e, quando feitas, são novamente vandalizadas pouco tempo depois.
O resultado é um ciclo de prejuízos financeiros, insegurança e acidentes de viação que poderiam ser evitados. Muitos acidentes de viacção são atribuídos, quase automaticamente, à imprudência dos motoristas.
Mas raramente se discute o papel da falta de iluminação como factor contribuinte. A visibilida- de reduzida aumenta os riscos de coli- sões, atropelamentos (e aqui agrava-se o facto de não termos a cultura de usar aspedonais,também porque à noite fica complicado usá-las por causa dos amigos do alheio, nem de usar roupas refletoras neste período).
Nós nem temos todo o pavimento com sinalização reflectora adequada, a renovaçãodatintanopavimentosóacontece quando está para se realizar algum evento importante no país ou na zona, como vimos a pintarem a estrada Nacional 100 (do hotel Lukweko até ao Museu da escravatura) aquando da visita de Joe Biden. Então, é injusto culpar apenas o condutor quando o próprio estado da via coloca a vida de todos em perigo.
É urgente reforçar a fiscalização e o controlo do destino dos materiais eléctricos, bem como aplicar penalizações mais severas a quem lucra com o vandalismo do património público.
Ao mesmo tempo, as autoridades devem investir em soluções tecnológicas mais modernas, como sistemas de iluminação inteligentes, sensores de movimento, câmaras de vigilância e materiais anti-roubo, que dificultem a acção dos marginais e garantam maior durabilidade das infra-estruturas.
A segurança rodoviária não depende apenas do comportamento dos automobilistas, mas também da qualidade das vias e das condições de iluminação.
Enquanto continuarmos a permitir que a escuridão reine na Via expressa, e noutras, estaremos a fechar os olhos a um problema que custa vidas, todos os dias.
POR: Mauro De Sousa, Viana









