Ilustre coordenador do jornal OPAÍS, votos de uma boa quinta-feira. Na verdade, a violência nos EUA está numa fase feia, quase um retrato distorcido daquilo que o país gosta de vender como “o sonho americano”. Os números de tiroteios em massa continuam absurdos, as mortes por armas de fogo batem recordes ano após ano e o debate político é um poço sem fundo de gritos e zero soluções.
É como se o país estivesse preso num ciclo de luto, indignação e esquecimento, repetindo o mesmo roteiro sempre que acontece uma tragédia.
A desigualdade social só piora o quadro. cidades com altos índices de pobreza são também as mais marcadas pela violência, criando um am- biente onde a criminalidade vira, para muitos, uma forma de sobrevivência. Enquanto isso, a polícia responde com mais militarização, e o resultado é um clima de tensão permanente, onde qualquer abordagem pode acabar em tragédia.
O acesso facilitado a armas de fogo é um capítulo à parte. comprar uma pistola em alguns estados é mais fácil que alugar um carro. A cultura das armas é tratada como um vlor quase sagrado, o que dificulta qualquer tentativa de regulação.
É como se o direito de andar armado tivesse mais peso que o direito de viver sem medo. Os EUA também lidam com um problema de saúde mental mal resolvido.
Pessoas em crise raramente encontram tratamento adequado e muitas vezes acabam protagonizando episódios violentos.
POR.Carlos Sousa Luanda, São Paulo