À coordenação do jornal OPAÍS, saudações e votos de óptima disposição… Nos últimos dias, quem circula pela cidade de Luanda depara-se com meninos de e na rua em qualquer canto. As razões são óbvias. Na rua, os petizes aprendem tudo o que é feio e o que uma criança normal não merece, mas as condições obrigam e elas não sabem o que fazer. As autoridades nada fazem para inverter o quadro.
A família já não tem forças para salvar o futuro de muitos meninos que fizeram da rua sua segunda casa. Na rua, as crianças são submetidas à lei do mais forte para sobreviverem. Aliás, bebem, drogam-se e passam fome. Dormem ao relento. Quando estão doentes, é uma situação mais grave ainda.
Os amigos mais solidários são obrigados a pedir esmola para comprar medicamentos e alguma coisa para comer. Isto deixa qualquer cidadão, com coração, completamente triste, mas sem quaisquer soluções. Com todo o respeito, não sei o que se pode fazer. As instituições que cuidam das crianças fazem muito,tanto é que neste processo são incansáveis em relação à busca de condições para elas.
Mesmo assim, tem sido insuficiente para manter as crianças mais próximas da família e com um futuro promissor em relação ao desenvolvimento do país. Posto isto, é chegado o momento de a sociedade trabalhar mais para se reduzir ou acabar com este fenómeno que em nada abona a imagem da capital angolana e arredores.
O mês de Junho, o qual representa a criança, terminou, no entanto, espero que os projectos voltados a esta franja da sociedade não fiquem por aqui, pois elas merecem e são o futuro de qualquer sociedade.
POR: Ricardo Ngola, Luanda