O AfroBasket 2025 não é apenas uma competição desportiva. É um espelho do País que somos e uma antevisão do País que podemos ser — se decidirmos jogar com estratégia, união e propósito. Há países que crescem pela sorte da geografia. Outros, pela abundância dos recursos.
Mas os que realmente se tornam grandes são aqueles que decidem, juntos, transformar a sua história num projecto de futuro. Angola está diante de uma dessas oportunidades.Vivemos num tempo em que a juventude é, ao mesmo tempo, o maior desafio e o maior activo nacional.
E é aqui que o desporto, a educação e a cultura se encontram como trincheiras de esperança e laboratórios de transformação social. O AfroBasket 2025, que hoje ilumina arenas e corações, é mais do que um torneio — é uma metáfora perfeita do País que podemos e devemos ser.
No campo, não importa a província de origem, o apelido ou o bairro onde crescemos. Ali, somos todos Angola. Cada passe certo é uma prova de confiança; cada cesto marcado é a celebração da excelência; cada vitória é fruto do trabalho colectivo.
É assim que uma Nação vence. Os povos só se erguem quando acreditam no seu próprio valor. E é exactamente isso que este momento nos pede: acreditar que a nossa juventude é capaz de competir com os melhores do mundo — e ganhar.
Toda a grande mudança começa com uma história bem contada. A nossa história não pode ser a de um País que apenas assiste ao seu talento partir para brilhar noutros lugares.
Tem de ser a de um País que cria as condições para que o talento floresça aqui, inspire aqui e construa aqui. O desporto é mais do que competição: é um instrumento de paz, inclusão e progresso.
Num tempo em que as divisões ameaçam comunidades, o jogo pode ser o lugar onde todos, independentemente das diferenças, encontram um propósito comum. A liderança não é título, é exemplo.
E cada jovem que treina cedo, que se dedica, que recusa atalhos e que joga com o coração está a exercer a liderança que Angola precisa — a liderança que transforma bairros, escolas, cidades e países.
O desporto é também marketing de Nação. É uma vitrine onde o mundo nos vê. E não basta estar em campo — é preciso estar com excelência, organização, visão e autenticidade. A maior vitória é conquistar a si mesmo.
Angola precisa de se conquistar: vencer o pessimismo, vencer a desunião, vencer o conformismo. O futuro do País não está apenas nas mãos dos políticos, nem apenas nos pés e nas mãos dos atletas.
Está no compromisso de cada jovem ser melhor hoje do que foi ontem. Está na coragem de cada líder em investir onde realmente importa: na mente e no espírito de uma geração.
Se quisermos, podemos transformar cada bairro num centro de talento, cada escola num espaço de inovação, cada campo num território de oportunidades. Podemos fazer do desporto um passaporte para o mundo e da juventude o motor que leva Angola a um novo patamar. Mas para isso, temos de jogar como jogamos no AfroBasket: em equipa, com estratégia, com disciplina e com amor pela camisola que vestimos.
E quando esse dia chegar — o dia em que a nossa economia, a nossa educação, o nosso desporto e a nossa cultura estiverem alinhados no mesmo propósito — então sim, o mundo vai aplaudir Angola todos os dias. Porque, no fundo, a verdadeira vitória é esta: sermos a Nação que a nossa juventude merece.
Por: EDGAR LEANDRO