Fórum Negócios & Conectividade
OPaís
Ouça Rádio+
Sex, 19 Set 2025
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Ouça Rádio+
Jornal O País
Sem Resultados
Ver Todos Resultados

Angola e a nova geopolítica africana: entre recursos, integração regional e o desafio da soberania económica

Jornal OPaís por Jornal OPaís
19 de Setembro, 2025
Em Opinião
Tempo de Leitura: 4 mins de leitura
0

Nos últimos anos, Angola tem vindo a reposicionar-se no xadrez africano e internacional com uma intensidade que merece atenção. As reformas económicas em curso, a aposta na diversificação produtiva e o papel crescente do país em fóruns multilaterais revelam um movimento claro de afirmação.

Poderão também interessar-lhe...

África sem fronteiras? O desafio e a esperança da mobilidade livre

A falta de ousadia é o verdadeiro regime dos jornalistas

Fim de um ciclo, início de outro

Contudo, este movimento não ocorre no vazio: dáse num contexto de transição geopolítica global, em que África, e particularmente os países ricos em recursos, são chamados a escolher entre múltiplas ofertas de cooperação, investimento e influência.

A grande questão que se coloca é: conseguirá Angola transformar a sua abundância em petróleo, gás, diamantes e terras férteis em soberania económica real e sustentável, ou continuará a ser apenas mais um espaço de disputa entre potências?

A transição do modelo rentista

Durante décadas, a economia angolana esteve excessivamente dependente da exportação de petróleo, gerando riqueza momentânea, mas também fragilidades estruturais. A recente queda dos preços internacionais expôs de forma dura os limites deste modelo.

O actual ciclo de reformas procura precisamente inverter essa dependência, apostando em sectores como a agricultura, indústria transformadora, logística e energia renovável.

O desafio é monumental: implica redesenhar políticas fiscais, melhorar o ambiente de negócios e, sobretudo, criar confiança interna e externa. A confiança, vale sublinhar, não nasce apenas de indicadores macroeconómicos; nasce de estabilidade institucional, transparência regulatória e da percepção de que contratos e investimentos são respeitados.

O lugar de Angola na integração regional

Inserida na SADC e na CEEAC, Angola está chamada a desempenhar um papel de charneira na integração económica africana. O país tem condições únicas para se tornar num verdadeiro hub logístico, energético e financeiro, articulando a costa atlântica com o interior do continente.

Projectos como o Corredor do Lobito, que liga o Atlântico ao coração da África Central, ganham uma importância estratégica que ultrapassa a dimensão económica. Estamos a falar de rotas que podem redefinir fluxos de comércio, reduzir a dependência de portos e infraestruturas controladas por outros Estados, e criar novas centralidades no mapa africano.

Contudo, a integração regional não se constrói apenas com obras de engenharia; exige também harmonização regulatória, convergência fiscal e, sobretudo, vontade política. Angola terá de se colocar na linha da frente desse debate, defendendo uma visão que não dilua a sua soberania, mas que ao mesmo tempo permita aproveitar as sinergias regionais.

A nova disputa de influências

No plano internacional, a competição é clara: Estados Unidos, União Europeia, China, Rússia, Turquia, Índia e países do Golfo procuram garantir acesso privilegiado a recursos africanos.

Em Angola, cada uma destas potências oferece pacotes distintos: uns falam em investimento em infraestruturas, outros em cooperação militar, outros ainda em tecnologia ou transição energética.

A armadilha seria encarar estas ofertas como “alinhamentos exclusivos”, quando a verdadeira arte da diplomacia contemporânea é maximizar benefícios mantendo a margem de manobra.

Angola pode — e deve — desenvolver uma política externa pragmática, em que cada parceria seja avaliada não apenas pelo volume de financiamento, mas pelo impacto estrutural que gera na economia real.

O papel da inteligência estratégica

Num mundo onde as grandes potências jogam simultaneamente no tabuleiro da economia, da segurança e da informação, Angola precisa de investir fortemente naquilo a que chamo inteligência estratégica nacional. Trata-se da capacidade de recolher, analisar e usar informação crítica para tomar decisões soberanas, antecipando riscos e oportunidades. Sem inteligência estratégica, qualquer plano económico corre o risco de ser capturado por interesses externos ou distorcido por pressões conjunturais. Com inteligência, Angola pode negociar melhor os seus contratos, proteger os seus recursos e construir políticas de longo prazo.

Conclusão: entre oportunidade e responsabilidade

Angola vive hoje um momento de encruzilhada histórica. Tem recursos abundantes, localização estratégica e capital humano em crescimento. Tem também desafios de governação, diversificação e confiança.

O país pode escolher ser apenas fornecedor de matérias-primas num mercado global turbulento, ou pode assumir-se como centro de decisão africano, influenciando a política regional e projectando poder económico e diplomático.

A escolha é, em última análise, uma questão de visão. Cabe aos líderes angolanos — políticos, económicos e académicos — construir consensos internos que permitam aproveitar a oportunidade.

Porque no século XXI, soberania já não é apenas território; é também a capacidade de transformar recursos em desenvolvimento e desenvolvimento em poder real.

Por: ALEXANDRE CHIVALE

Jornal OPaís

Jornal OPaís

Recomendado Para Si

África sem fronteiras? O desafio e a esperança da mobilidade livre

por Jornal OPaís
19 de Setembro, 2025

Cada africano carrega no seu DNA um dos direitos humanos fundamentais: o de ir e vir. Não precisamos nos referir...

Ler maisDetails

A falta de ousadia é o verdadeiro regime dos jornalistas

por Jornal OPaís
19 de Setembro, 2025

Nesta minha edição de hoje, não trago apenas palavras, mas um convite à reflexão e ao desafio. Quero conduzir a...

Ler maisDetails

Fim de um ciclo, início de outro

por Jornal OPaís
19 de Setembro, 2025

A saída de Pedro Gonçalves do comando técnico dos Palancas Negras é o fecho simbólico de um capítulo que misturou...

Ler maisDetails

A matemática da esperança: Somar sonhos, multiplicar oportunidades

por Jornal OPaís
19 de Setembro, 2025

Angola e o mundo vivem um tempo singular. A cada dia, e n f r e n t a m...

Ler maisDetails
Fórum Negócios  Conectividade Fórum Negócios  Conectividade Fórum Negócios  Conectividade

Fórum Sudanês-Brasileiro lançado em São Paulo

19 de Setembro, 2025

Huíla vai reexaminar 80 automobilistas envolvidos em acidentes graves

19 de Setembro, 2025

Executivo capacita 38 mil profissionais de saúde

19 de Setembro, 2025

Angola e a nova geopolítica africana: entre recursos, integração regional e o desafio da soberania económica

19 de Setembro, 2025
OPais-logo-empty-white

Para Sí

  • Medianova
  • Rádiomais
  • OPaís
  • Negócios Em Exame
  • Chiola
  • Agência Media Nova

Categorias

  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos

Radiomais Luanda

99.1 FM Emissão online

Radiomais Benguela

96.3 FM Emissão online

Radiomais Luanda

89.9 FM Emissão online

Direitos Reservados Socijornal© 2025

Sem Resultados
Ver Todos Resultados
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Multimédia
    • Publicações
    • Vídeos
Ouça Rádio+

© 2024 O País - Tem tudo. Por Grupo Medianova.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para a utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.