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Anatomia do alheio

Jornal Opais por Jornal Opais
22 de Fevereiro, 2024
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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Desde os meus míseros tempos de luas novas que me circulam os passos, tenho cogitado bastante sobre as corridas do tempo que me sufocam em cada sorriso novo do sol que se vai entristecendo ao ritmo da corrida do tempo.

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Na equação matemática de um mais um, ao contexto desta corrida alarmante do tempo, teremos quatro como resultado dessa equação básica.

Nem Pitágoras entenderia esse resultado, ou, talvez, levar-nos-ia ao tribunal para junto dos homens das leis respondermos criminalmente por este resultado, mas, claro, Pitágoras não é do nosso tempo.

No seu tempo, as coisas eram exatas, no nosso não, a única exatidão, aqui, é a miséria com que nos veste o corpo. Nesta locomoção da terra que se vai adequando à cintura do tempo que a arrasta para lugar nenhum, via-se uma planta que nascia do deserto, isso no ano zero.

Após vários anos, o envelhecimento tomou conta do seu corpo que se abria ao meio, dela surgiu um pé, depois elementos brancos que se agarrava ao rosto.

A árvore velha deu origem ao elefante que, segundo os desdentados de cabelos brancos, era a manifestação divina para resolver os nossos problemas, já que a mamã Muxima não nos acode desta luta e nem consegue fazer parar a corrida do tempo que faz subir tudo em cada pé marcado.

Afogo dentro de mim em cada instante, tudo é-me evaporável, nada me é físico, se não for as poeiras que dissecam a anatomia dos meus passos.

Vou caminhando, seguindo os trilhos dos passos que todos vejam, mas que já não presto atenção, há muito que os deixei de olhar, o seu alfabeto já não me é familiar, não tem a mesma fonética nas cordas vocais dos calcanhares, tudo canta irreconhecivelmente. Traz melodias que não me chegam aos ouvidos.

Pode ser a distinção dos estados que enfrento agora: os passos são físicos e todos vejam, eu sou a evaporação, e ninguém me vê, se não for os ossos restantes da anatomia dos passos que marcam a caminhada.

Estes passos queimados de algodão lançaram sementes que não se quer deixar brotar. Nunca foi por mim, foram pelos desejos que essa carne, enquanto ainda física, queria estrear.

Na altura, era muito amigo dos meus passos, até perceber que já não andavam comigo, eles permaneceram físícos e eu vou deluindo-me dentro de mim, não para me encontrar, há muito que já andava lá, só me vou deluindo para encontrar o meu princípio: eu sou pai da minha mãe.

Eu vi a minha mãe a nascer e ela me viu a nascer. Eu sei onde foi enterrado o seu cordão umbilical e ela não sabe; ela viu onde foi enterrado o meu cordão umbilical e eu não sei.

Coisa estranha. Eu não sou o físico que vejam, sou o vapor que se vai deluindo dentro de mim. Estou indo. Crescendo ao instante, caminhando no meio do silêncio, deixando o meu estado de deluição e atingindo outros níveis. Vou marcando passos dentro de mim. Há uma guerra a morrer e outra a nascer.

Quando se perde dentes de leite, ganha-se dentes de chá bulukutu, capaz de morder pedras que travam sobre as avenidas da língua, impedindo os rios de saliva circularem para outras margens. Essa vida que se vai, não precisa nascer, se não for para deluir as pedras dos caminhos que vão passando.

Tropecei. Panquei-me numa rocha presa no meio do caminho belo. Senti a unha a rasgar-me o corpo. Primeiro o sangue, depois a pele. Veio a existir divisão entre o dedo e a unha, inalou-se poeira que dela saía outro dedo, um braço, uma perna, um corpo.

O dedo alastrou-se por todo lado e se fez eu, já no meio da consumação da evaporação…

 

Por: KHILSON KHALUNGA

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