Há dias em que o País parece cansado. Mas, mesmo nos dias ma is d i f íceis, Angola continua viva — no sorriso da zungueira que não desiste, no jovem que sonha um negócio a partir de um telemóvel, no atleta que corre descalço e ainda assim levanta a bandeira.
O segredo da nossa força está nisso: não paramos. O mundo pode medir o progresso em números, mas nós medimos em coragem. E coragem é o que nunca nos faltou — mesmo quando a vida parece testar-nos todos os dias.
O País não está parado — está a aprender a levantar-se de novo. Sim, há dificuldades. O custo de vida pesa, o transporte é caro, e muitos sentem que a esperança se tornou um luxo. Mas a história de Angola nunca foi feita de facilidades.
Foi feita de superação. Cada crise ensina-nos uma nova forma de nos reinventar. E é nisso que devemos concentrar o olhar: em vez de esperar que o País mude sozinho, sejamos nós o movimento. O novo tempo não começa em decretos — começa em atitudes.
A juventude angolana é hoje a geração mais conectada da nossa história. Tem ideias, tem voz, tem coragem — falta apenas mais espaço de escuta real. Mas há sinais que inspiram:
•Novas plataformas de desporto e formação estão a nascer.
•O empreendedorismo social cresce nos bairros.
•E há jovens a transformar dor em propósito, desemprego em criatividade, e falta de apoio em redes de solidariedade. O País precisa de reconhecer esse poder. Não para usar o jovem como símbolo — mas para o tratar como parceiro. A esperança é uma disciplina. Esperar não é cruzar os braços.
Esperar é preparar-se. É acordar cedo, estudar, ajudar o outro, e acreditar que o esforço de hoje é a colheita de amanhã. A esperança é o trabalho que se faz no escuro para que o dia nasça com luz.
Por isso, mesmo quando os preços sobem, é preciso continuar a subir interiormente. Porque quem não desiste torna-se exemplo. E quem dá exemplo muda o País sem precisar de cargo.
Angola tem tudo para dar certo. Tem sol, tem terra, tem mar e, acima de tudo, tem gente de valor. O que falta é transformar talento em oportunidade e política em serviço. Quando isso acontecer — e vai acontecer — Angola deixará de ser apenas promessas: será realização. Cada um de nós pode começar esse processo: •O professor que ensina com amor.
•O atleta que treina com fé. •O empreendedor que não desiste. •O governante que decide com empatia. Juntos, somos a ponte entre o País que temos e o País que queremos ver. O olhar que precisamos cultivar. O SobOlhar de hoje é um apelo à serenidade e à acção.
Precisamos de olhar para Angola não como um problema a resolver, mas como um projecto por cumprir. Há muito por fazer — sim. Mas há ainda mais por acreditar. Cada tempo de crise é também tempo de descoberta.
E talvez este seja o momento em que o País reencontra o seu maior património: o espírito de esperança que nunca morre. “A mudança começa no olhar de quem ainda acredita — e termina no gesto de quem decide agir.”
Por: EDGAR LEANDRO