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Absolutismo semântico: casualidade da sinonímia absoluta e não absoluta

Jornal Opais por Jornal Opais
31 de Julho, 2024
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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Absolutismo semântico: casualidade  da sinonímia absoluta e não absoluta

Quando se faz referência à Semântica, a percepção linguística do utente da língua vai, sem dúvida, remeter-se ao estudo do significado das palavras (Semântica Lexical), das frases (Semântica Frásica) e de um dado texto (Semântica Textual).

Resumidamente, a Semântica é uma disciplina linguística que tem por objecto de estudo as significações, incluindo todos os problemas inerentes ao significado.

A sinonímia / palavra sinónima, relação de estudo no âmbito da Semântica Lexical, é caracterizada como fenómeno da mesma natureza, permitindo, assim, a equivalência do significado existente entre duas ou mais unidades lexicais.

No âmbito geral, os sinónimos são, consoante algumas gramáticas normativas, palavras que possuem um significado equivalente ou aproximado, pertencendo à mesma classe gramatical.

Consoante o uso, a sinonímia vai sendo contextualizada pelos falantes, a fim de existir uma profunda compreensão em determinada situação de comunicação, isto é, a significação da palavra sofre permutação do seu estado lexicográfico e passa a receber outros sentidos em diferentes contextos estabelecidos pelos usuários da língua.

Grosso modo, pode dizer-se, segundo Cruse (2004:154), que os termos sinónimos se caracterizam pelo facto de a sua similaridade semântica ser mais evidente que a sua diferença.

Neste contexto, a sinonímia tem um carácter mais similar do que diferenciativo entre as palavras, não podendo, no entanto, descartar uma possível disparidade entre as palavras sinónimas.

Conforme no parágrafo anterior da nossa abordagem, o conceito de relação de equivalência ou contiguidade entre as palavras pode ser absoluta ou não absoluta, pois nem sempre os sinónimos serão absolutos em todos os contextos de comunicação.

Em contrapartida, Ullmann (1987:292) admite que, feita a contabilidade, poucas palavras são completamente sinónimas no sentido por não serem permutadas em qualquer contexto, sem que isto acarrete a mais leve alteração do significado objectivo.

Comparativamente, os sinónimos absolutos/perfeitos caracterizam-se pelo significado idêntico entre as palavras em todos os contextos; sendo eles muito raros, ao passo que os sinónimos não absolutos não apresentam significado idêntico em todos os contextos comunicativos.

Assim sendo, os sinónimos absolutos, enquanto equivalentes funcionais, podem ser estabelecidos do seguinte modo: a. recusar/rejeitar; b. repudiar/rejeitar; c. disenteria/diarreia; d. passamento/morte; e. pasta de dente/pepsodente f. papá/pai.

Os termos dos pares acima são marcados uns como mais gerais que outros (recusar vs. rejeitar), uns como mais intensos que outros na língua inglesa (repudiar vs. rejeitar), uns como mais profissionais que outros (disenteria vs. diarreia), uns como mais literário que outros (passamento vs.

morte), uns como mais dialectais ou locais que outros (pasta de dente vs. pepsodente) e uns como pertencentes à linguagem infantis que outros (papá vs. pai), porém o conteúdo informativo básico que transmitem é funcionalmente equivalente.

Por outro lado, os pares de palavras dirigir e governar, bonito e lindo, guerra e lutar, grande e enorme, não são equivalentes absolutos em determinados contextos, na medida em que dependem da sua colocação linguística e do seu contexto em enunciados.

Em suma, o estudo da sinonímia em Semântica Lexical demonstra que, raramente, se encontra uma sinonímia absoluta ou perfeita, mas não se retira esta possibilidade, conforme vimos anteriormente; e que, mudando-se o contexto, as expressões aparentemente sinónimas perdem a sua equivalência.

Referências bibliográficas

Cruse, D.A. (2004). Meaning in Language – An introduction to semantics and pragmatics. U.K.: Oxford University Press. Ullmann, S. (1987). Semântica: uma introdução à ciência do significado. (5ᵃ. ed.) Coimbra: Fundação Calouste Gulbenkian.

 

Por: FELICIANO DE CASTRO

*Professor de Língua Portuguesa

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