A verdade não é leve. Ela dói. Dói porque fere onde a mentira se instalou. Mas ainda que lenta, a verdade tem um tempo certo para chegar e quando chega, nada a detém.
A mentira, por mais que aparente firmeza, tem pernas curtas e trêmulas. Pode até sustentar um império por algum tempo, mas será sempre um castelo de areia, prestes a desabar com os ventos da verdade.
Vivemos tempos em que a mentira ganha palcos e aplausos. No “circo” do dia a dia, ela veste fantasias, faz rir, engana, e conquista corações desprevenidos.
Enquanto isso, a verdade mesmo quando dita com amor e sabedoria é ignorada, ridicularizada ou silenciada. Há quem prefira a comédia da mentira à seriedade da verdade.
Mas não se enganem: a verdade não precisa de disfarces. A Bíblia é clara: Deus não tolera a mentira. Ele abomina a língua mentirosa (Provérbios 6:16-19), condena a falsidade (Êxodo 20:16) e alerta sobre o destino sombrio dos que a praticam (Apocalipse 21:8). Jesus, em João 8:44, não hesita em declarar que o pai da mentira é o diabo.
Mentir não é apenas um deslize é um acto que nos afasta da luz e fere o coração do outro. E ferir o outro é uma forma de matar. Mata-se o carácter, a confiança, a paz, a dignidade. A mentira não é inocente.
É violência disfarçada. Quantas reputações foram destruídas por palavras falsas? Quantas amizades, quantas famílias, quantos destinos foram desviados por boatos e calúnias? Quem mente revela carência. Falta-lhe equilíbrio, compaixão, verdade interior. Precisa de ajuda. Ajuda moral, cívica, espiritual.
Precisa reencontrar Deus. Mas a quem foi vítima da mentira, cabe também a cura do perdão. Como ensinou Cristo, é preciso perdoar “setenta vezes sete”.
Perdoar não é esquecer é libertar-se. É seguir em frente, porque atrás vem gente, e à frente há um futuro de esperança. Que possamos ser alguém que fala com verdade, mas com humanidade.
Alguém que escolhe o bem mesmo quando ele exige coragem. Alguém que defende os inocentes, que protege a honra do próximo, que pensa duas vezes antes de julgar.
E que pergunta antes de concluir. Porque quem questiona não julga, amadurece. É tempo de reconstruirmos a confiança entre nós. De desarmar o faroeste da mentira e lançar pontes com as mãos da verdade.
De preferirmos a paz à vingança, o diálogo ao ataque, o amor à suspeita. Fazemos isso juntos, com fé, com coragem, com esperança. Estamos juntos até depois do fim.
Por: ABELARDO LEMBA