Tem sido bonito observar, pelos vários órgãos de comunicação social, a campanha em torno da vacinação contra o cancro do colo do útero. Há um enorme envolvimento das equipas no terreno, sem contar com a aposta feita a nível da sensibilização, para que nenhuma menina fique fora desta oportunidade. Como dizem muitos, doença é doença.
Não importa a gravidade; ainda assim, há a necessidade de se procurar que seja afastada, assim como de se criar condições para que aquelas pessoas que já padecem da doença não venham a perder a vida, nem que possuam sevícias que lhes atrapalhem uma vida normal no futuro. Em cada escola, esquina, com as cores rosas e não só, observa-se a actuação das equipas, algumas compostas por gente muito jovem.
Sente-se, em muitos deles, um primeiro envolvimento com acções do género, o que acaba ainda por aumentar o comprometimento em relação à causa: erradicação do cancro do colo do útero.
A entrada em cena, de forma activa, da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, e da Educação, Luísa Grilo, em spots radiofónicos e televisivos, demonstra ainda mais o comprometimento do Executivo quanto aos objectivos da referida campanha.
Embora, quando se escutam as cifras existentes, tem-se a percepção de que o número de pacientes que padecem do cancro do colo do útero — sem qualquer desprimor — acaba por ser muito inferior ao de outras patologias que, nos últimos anos, vão ceifando cada vez mais vidas.
Sem qualquer exercício que exija muito esforço, é fácil ter a percepção de que lidar com a campanha do cancro do colo do útero seja menos oneroso — e exigente — do que um processo semelhante quanto à malária, VIH/SIDA e outras.
Não obstante isso, seria bom que se movessem igualmente, de forma regular, campanhas semelhantes viradas para o combate à malária, a principal causa de mortes no país, liderando ainda o número de casos nos principais hospitais do país, não importando se nas grandes cidades ou mesmo no campo.
Ainda ontem, terça-feira, através da rádio, tivemos a informação de que o Hospital Municipal de Viana, Bispo Emílio de Carvalho, registou mais de 600 casos, maioritariamente de malária, só no início desta semana em que nos encontramos.
Antes ou depois da época chuvosa, há sempre uma tendência para se registar um aumento vertiginoso de casos de malária. E o que se sabe é que já existe uma vacina contra a doença, o que pode contribuir para que se reduza consideravelmente o número de mortes e de pacientes nas instituições hospitalares.
Seria muito bom que se apostasse ao máximo numa campanha de vacinação, com um forte pendor publicitário e com o envolvimento de inúmeras figuras públicas, para que um dia pudéssemos atingir o tão almejado sonho de erradicar a doença.
Afinal, já houve uma fase em que se acreditava que, há pouco tempo, iríamos extinguir a malária do nosso país, como se tem sonhado há bastante.








