Há sempre uma história nos bastidores. Um detalhe que ninguém vê, mas que todos comentam. Um elemento que, de tão falado, acaba por se tornar mais famoso do que os protagonistas. No AfroBasket 2025, esse detalhe tem forma… de cubo. Sim, o cubo.
O lendário cubo do Arena do Kilamba. O cubo que acordava técnicos, engenheiros e dirigentes no meio da madrugada. O cubo que atravessou actas, relatórios, e PowerPoints. O cubo que dividia opiniões, unia comissões e gerava sorrisos nervosos.
“O cubo já está?”, perguntavase nas reuniões das sextas-feiras, sempre às 15h. “Está em recuperação!”, dizia a Elizabeth com a serenidade de quem carrega a fé técnica de um País. “Mas vai saltar?”, insistia alguém.
E o Mário Rosa olhava para o vazio, como se pudesse encontrar a resposta na parede do fundo da sala. “Temos de garantir o cubo. Sem cubo, não há impacto.” E estavam certos. Porque o cubo nunca foi apenas um equipamento.
Era a metáfora de tudo aquilo que está por detrás de um grande evento: o detalhe técnico que simboliza a grandeza emocional. O cubo virou lenda, virou personagem, virou suspense nacional.
Teremos cubo ou não cubo? Vai acender ou vai falhar? Vai descer, girar, iluminar? Hoje, podemos finalmente responder: Sim. Teremos cubo. Teremos luz. Teremos história. O cubo está vivo.
Está aceso. Está no centro da quadra. Está no centro da nossa Angola. O que parecia apenas um objecto suspenso, é agora símbolo da superação de todas as dúvidas, atrasos, obstáculos e receios.
É a consagração de todas as sextas feiras de trabalho, de todas as madrugadas sem dormir, de cada telefonema urgente, de cada reunião que terminava com uma pergunta final: “E o cubo?” Pois o cubo respondeu. E respondeu bem. Acende-se com o brilho do AfroBasket. Gira com o ritmo da Angola Unida. Reflecte os 50 anos de Independência.
E ergue-se como monumento às equipas que não aparecem nas fotos, mas que constroem cada detalhe. O cubo é hoje o símbolo silencioso de todos os que fizeram o AfroBasket acontecer.
Técnicos, montadores, gestores, assessores, carregadores, tradutores, logísticos, voluntários — o verdadeiro exército do bastidor. O cubo não fala. Mas comunica. Não grita. Mas emociona.
E quando no dia 12 de Agosto os olhos do continente estiverem virados para Angola, o cubo estará lá — não como um simples ecrã, mas como um acto de fé num País que sabe organizar, sabe unir, sabe vencer.
Porque, no fim das contas, o cubo representa aquilo que o desporto nos ensina todos os dias: é preciso confiar, mesmo quando não se vê ainda a luz.
Por: EDGAR LEANDRO