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A fotografia da mulher nossa encarregada

Jornal Opais por Jornal Opais
1 de Março, 2024
Em Opinião
Tempo de Leitura: 2 mins de leitura
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A fotografia da mulher nossa encarregada

Há século que me pinto de péssimas memórias dessa pátria tão inorgânica. A título de lucidez, contam-se os dias no calendário que exibo meu rabo naquele lugar higiénico umas três vezes por semana.

Alcanço a compreensão da boa má intenção: ninguém vai |sempre| à sanita sentar o rabo para as fezes espremer se não inchar antes alguma coisa no abdómen.

O cagar é portanto a consequência do comer. O cagar é agora no meu repertório biológico uma circunscrição. Hoje, por sorte, ginastiquei uma cagada.

Caguei, porque antes consolei o estômago, porque queria limpar o grosso intestino. Depois me fui sentar à mesa em algure para pôr a conversa em dia (;) Sempre entendi a vida nos ter grafado este caminho: cassumbular o tempo do relógio para essas coisas fazer. Fazer para continuar a viver.

Viver é um exercício gramatical, exige-nos praticar os verbos: comer e cagar; beber e mijar; amar e corpos cavalgar.

A título de desejos, gosto de, nessa hora, falar de mulheres, mulheres que me regressam à racionalidade quando os órgãos já me começam a exaltar.

Às (tantas) vezes que o homem deve precisar disso, precisar para ter de reduzir o muito do estresse sempre causado pelo estado, nosso estado.

Nosso estado cagado (;) Agora no sento, finjo pedir uma conta. Fingir nunca é mentir. Finjo para não me tirarem do lugar onde me encontro.

Não é assim que funcionam os bares (?) se não consome, não ocupe o espaço. Lugar está rodeado de gente, essa que me escreve a prosa toda que invoco.

Vejo mulher — quer dizer, quero dizer — vejo mulheres desnudadas. Ou seja, vejo prostitutas, prostiputas. A primeira que me joga os olhos é que me leva a iniciar o interrogatório: — desculpe, quanto custa? — O quê? — O rabo… Toda gente neste lugar deve(ria) ser vista como prostituta(?) estou aqui.

Não sou prostituto. Não existe ausência de apreço na minha linguagem. Se a senhora — se a educação agora me cobra para assim a tratar — não tivesse essa vida de terminar no quarto com qualquer e sem roupa, claro, não estaria neste lugar. Aqui é lugar para quem quer desenhar o pão sem ter que martelar a massa. Do seu lado vinha o silêncio.

O silêncio podem-nos ser uma voz do fundo a gritar socorro à esperança. Voltei a jogar os olhos à senhora. Era senhora nossa encarregada. |porras!| o que a fazemos aqui? Questionamo-nos.

Eu à procura da prosa, ou seja, escrevo na memória a imagem deste lugar tão inusitado (;) — Prosa é mais que problema que estamos com ele no país? — Prosa é também esta praia toda que vemos aqui.

Por isso perguntei: quanto custa? — O quê? — O rabo… A pergunta deve-se ao modo como desenfronhou o corpo. No colégio, a senhora traz-nos toda insolência. [acho-me tamoda agora] insolência é impertinência.

Tudo se resume numa única semântica: arrogância. Se neste lugar estiver, acredito a intenção ser essa: desenhar o pão. Boss, traga-me só mais uma garrafa de água. Perdi a tesão.

“O corpo totalmente livre já não causa tesão nenhuma.” — Chega! Já me ofendeste muito. Não! A senhora não me devia cobrar a moral. Estamos num espaço onde a moral é isenta a seres.

A senhora estende-nos o corpo todo. Por isso, todo mundo aqui está sujeito a questionar. QUANTO CUSTA O RABO?

 

Por: AC Vayenda

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