Angola completa 50 anos de Independência. Meio século de história, de luta e de sonhos que se entrelaçam no tecido desta nação. Cinquenta anos de coragem daqueles que enfrentaram a opressão colonial, de homens e mulheres que não se curvaram diante da injustiça, escrevendo uma página decisiva da nossa história.
A Independência não foi um acto isolado. Foi o resultado de esforços de múltiplos intervenientes, de diferentes correntes políticas, unidos por um ideal maior, a liberdade de Angola.Olhar para este passado é perceber que a guerra deixou marcas profundas, mas também, ensinamentos valiosos sobre a impor- tância da unidade e da solidariedade. A história não morre se for bem contada.
Ela vive nos livros, nas memórias, mas, sobretudo, na consciência dos angolanos que aprendem com o passado para moldar o futuro. Hoje, a Angola que celebra os seus 50 anos, é também o país dos jovens, daqueles que nasceram depois da Independência, sem lem- brança directa das batalhas, mas conscientes da importância da liberdade conquistada.
Estes jovens têm olhos atentos para a história e ouvidos dispostos a escutar, mas não querem mais ouvir falar de guerra ou de divisão. Eles aspiram à paz e à construção de um país forte. Reconhecem os esforços de todos os intervenientes partidários que lutaram pela libertação colonial, mas o seu horizonte é outro.
Querem Angola unida, solidária e próspera. Neste novo ciclo, a palavra de ordem deve ser união. A palavra de ordem deve ser partilha. A palavra de ordem deve ser solidariedade. A reconciliação verdadeira não se constrói ignorando o passado, mas aprendendo com ele, transformando memórias de dor em compromissos de futuro. Cada angolano, independentemente de convicções políticas, tem uma responsabilidade neste processo. A liberdade só se consolida quando se transforma em cidadania activa.
A Angola jovem que nasce hoje, é uma Angola que quer dialogar, construir pontes e não muros. É uma Angola que entende que a força do país reside na sua unidade. Logo, celebrar 50 anos de Independência, não é apenas recordar o passado, é reflectir sobre como a nação evoluiu e quais os desafios que ainda precisam ser vencidos. E estes desafios são muitos. Passam pelo desenvolvimento económico, pela justiça social, pela educação de qualidade e pela promoção de uma cultura de paz. Mas, também passam pelo reforço da identidade na- cional, pelo respeito mútuo e pelo reconhecimento do valor de cada cidadão na construção do país.
A juventude é a força motriz da nação. É o motor desta transformação. Ela tem energia, criactividade e coragem para imaginar uma Angola melhor, sem repetições de erros antigos. Ela entende que a história não é um peso, mas uma bússola. E que as lições do passado servem para orientar as escolhas do presente e do futuro. A Angola que queremos é feita de diálogo e colaboração, onde diferenças políticas ou sociais não separam, mas enriqueçam.
Uma Angola que aprende a ouvir, a incluir, a partilhar, a reconhecer que o sucesso de um é o sucesso de todos. Meio século de Independência é também meio século de experiências, de acertos e de erros. E é justamente neste balanço que encontramos força para seguir em frente, com celebração, que significa honrar aqueles que vieram antes de nós e dar espaço para aqueles que virão depois, garantindo que cada geração contribua para a construção de uma Angola sólida.
A reconciliação não é uma palavra vazia. É um acto concreto de cidadania, um compromisso de cada angolano com o país e com os seus compatriotas. Ao olharmos para a história, vemos um fio condutor que é a luta pela liberdade e que transformou-se numa luta pela unidade, pela solidariedade e pelo progresso. Neste 11 de Novembro, celebremos não apenas a Independência, mas a capacidade do povo angolano de se reinventar, de olhar para o futuro com esperança e determinação. Que os próximos 50 anos sejam de união, partilha e construção.
Que a Angola que nasce nas mentes jovens seja uma Angola próspera, justa e solidária, guiada pela memória do passado e pela coragem do presente e organização do futuro. Angola entra agora num tempo de maturidade, onde a consciência nacional deve prevalecer sobre os interesses individuais. O amor à pátria deve ser a bússola que orienta cada acção.Os jovens, herdeiros de uma história rica, precisam transformar a liberdade herda- da em progresso, inovação e compromisso social. É essa a nova luta que se impõe.
A verdadeira independência não está apenas na soberania política, mas na capacidade de garantir dignidade e oportunidades para todos os cidadãos. O país precisa de líderes comprometidos com a ética, com a verdade e com o bem comum. Precisa de servidores públicos que coloquem o povo acima das ambições pessoais. A justiça social será o alicerce de uma Angola mais humana.
Quan- do cada cidadão sentir-se parte do todo, a nação florescerá em harmonia.Angola tem recursos abundantes, mas o seu maior tesouro é o seu povo. Um povo resiliente, trabalhador e determinado a superar desafios com fé e coragem. O futuro de Angola depende da ca- pacidade de escutar os jovens, de lhes dar espaço e voz nas decisões que moldam o destino colectivo. É preciso transformar o patriotismo em acção concreta, em trabalho diário que reflita amor pelo país, compromisso com o progresso e respeito pelo outro.
Neste tempo de reflexão, é urgente valorizar a cultura, as tradições e as raízes que fazem de Angola uma nação única e rica em diversidade. E acima de tudo, é tempo de acreditar. Porque uma Angola reconciliada, solidária e justa é possível, e começa no coração de cada angolano. As próximas décadas serão decisivas para o fortalecimento das instituições democráticas. É nelas que se constrói a confiança do povo e se preserva o sentido de justiça.
A educação continua a ser a arma mais poderosa para transformar a sociedade. Investir na juventude é garantir que o país caminhe com sabedoria e segurança. O desenvolvimento deve ser equilibrado e sustentável. Não basta crescer, é preciso incluir, é preciso fazer com que o progresso alcance todos os cantos de Angola. Fazer com que os símbolos nacionais ganhem novo significado a cada geração.
Eles são a prova viva de que a identidade angolana é dinâmica, criativa e profundamente enraizada. As mulheres angolanas, pilares de resistência e amor, merecem destaque neste novo ciclo. Elas continuam a carregar no peito a força de um país inteiro, de uma nação que, sem elas, não existe. A cultura angolana deve ser promovida como instrumento de união. A música, a literatura e a arte são pontes que ligam corações e contam histórias de superação.
E que cada 11 de Novembro seja, para sempre, um convite à esperança, um lembrete de que a liberdade conquistada deve florescer em paz, solidariedade e amor pela pátria. Parabéns Angola. Parabéns aos angolanos, porque bendita é a nação, cujo Deus é o Senhor…
POR: YARA SIMão









