O Parlamentoucraniano criou, ontem, um grupo de trabalho para “estudar rapidamente” a possibilidade de realizar eleições presidenciais apesar da lei marcial em vigor desde a invasão russa iniciada em Fevereiro de 2022
O líder da bancada parlamentar do partido Servo do Povo, David Arakhamia, anunciou na rede social Telegram que formou o grupo “em conformidade com um acordo prévio”, com o objectivo de analisar a viabilidade legal e operacional de eleições presidenciais durante a lei marcial, noticia a Lusa.
Segundo Arakhamia, as discussões envolverão membros de várias comissões parlamentares, representantes de todos os grupos políticos, da comissão eleitoral e de organizações da sociedade civil ligadas a assuntos eleitorais, não tendo sido ainda fixada qualquer data para o sufrágio.
ΩA decisão surge cerca de duas semanas depois de o Presidente Volodymyr Zelensky ter afirmado estar disponível para convocar eleições caso as condições de segurança o permitam e a legislação seja alterada para viabilizar o voto sob lei marcial. Zelensky foi eleito em 2019 para um mandato que terminaria em Abril de 2024.
O chefe de Estado ucraniano rejeitou acusações que estaria a “agarrar-se ao poder”, afirmando tratar-se de uma “narrativa completamente falsa”, e admitiu que, com garantias de segurança adequadas, as eleições poderiam realizar-se “dentro de dois ou três meses”.
As declarações ocorreram após críticas do Presidente norteamericano, Donald Trump, que defendeu a realização de eleições na Ucrânia, alegando que os adiamentos sucessivos devido à guerra colocam em causa os princípios democráticos.
Em entrevista ao ‘site’ noticioso Politico, Trump afirmou que “está na altura” de os ucranianos voltarem às urnas, argumentando que a guerra tem sido usada como “desculpa” para adiar eleições, embora tenha reconhecido que Zelensky poderá voltar a vencer um eventual sufrágio. A iniciativa parlamentar ocorre num contexto de esforços diplomáticos internacionais para alcançar um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia.









