A Presidência russa negou a notícia do jornal britânico Financial Times que noticiou, ontem, que Vladimir Putin propôs, recentemente, aos Estados Unidos a suspensão da invasão da Ucrânia e o congelamento da linha da frente nas posições actuais
De acordo com a edição de ontem do Financial Times, que cita fontes “ligadas ao assunto”, Putin fez a proposta durante uma reunião em São Petersburgo, no início de Abril, com o enviado dos Estados Unidos.
Steve Witkoff, enviado norteamericano, esteve, recentemente, na Rússia onde se reuniu com o chefe de Estado, Vladimir Putin, no quadro das negociações para um cessar-fogo na Ucrânia.
O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, negou a notícia publicada, ontem, pelo jornal britânico. “Há muita informação falsa a ser publicada neste momento, incluindo em publicações respeitadas.
É por isso que só devemos ouvir as fontes primárias”, afirmou Peskov, citado pela agência noticiosa russa Ria Novosti.
De acordo com o Financial Times, a cessação das hostilidades e o congelamento da frente de batalha exigiriam que a Rússia renunciasse à pretensão de controlar a totalidade das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.
Segundo as fontes citadas pelo Financial Times, o Presidente russo estaria disposto a fazer esta concessão se os Estados Unidos aceitassem duas das principais exigências de Moscovo, como o reconhecimento da soberania da Rússia sobre a Península da Crimeia, anexada em 2014.
Outra exigência relacionou-se com o afastamento da Ucrânia de qualquer processo de integração na Aliança Atlântica. Kiev e os países aliados europeus pedem que a Ucrânia regresse completamente às fronteiras anteriores a 2014, uma posição que o secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, considerou irrealista.
Ontem, o Presidente ucraniano Volodimir Zelensky reiterou a posição de Kiev sobre a Península da Crimeia. “Não há nada a discutir. É contra a nossa Constituição. O território é nosso”, disse Zelensky.