O presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu-se para ajudar a mediar o fim do conflito entre Israel e o Irão, ao mesmo tempo que Moscovo intensifica a sua guerra contra a Ucrânia
Em declarações aos editores das agências noticiosas internacionais, em São Petersburgo, Putin sugeriu que o Kremlin poderia ajudar a negociar um acordo que permitisse a Teerão prosseguir um programa nuclear pacífico, ao mesmo tempo que atenuaria as preocupações de segurança de Israel.
Putin afirmou tratar-se de uma “questão delicada”, mas acredita que “é possível encontrar uma solução”. O líder russo afirmou ter partilhado a proposta de Moscovo com o Irão, Israel e os Estados Unidos (EUA).
A campanha aérea israelita contra o seu rival matou vários comandantes militares iranianos e centenas de civis, enquanto os ataques do Irão em resposta mataram pelo menos duas dezenas de civis em Israel.
Questionado sobre a forma como a Rússia reagiria se Israel matasse o Ayatollah Ali Khamenei, Putin recusou-se a responder, dizendo que não queria “discutir essa possibilidade”.
Khamenei rejeitou os apelos dos EUA à rendição face aos ataques israelitas e avisou que qualquer envolvimento militar de Washington causaria “danos irreparáveis”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no início da semana que os EUA sabiam onde Khamenei estava “escondido”, mas que não o iriam “eliminar, pelo menos por agora”.
Ataques a civis na Ucrânia Há décadas que a Rússia tem mantido um equilíbrio delicado no Médio Oriente, mantendo boas relações com Israel, ao mesmo tempo que desenvolve fortes laços económicos e militares com o Irão, uma política que poderia permitir a Moscovo desempenhar o papel de mediador de poder na região.
No entanto, o Kremlin assinou um acordo de parceria estratégica com Teerão em janeiro, enquanto a sua relação com Israel tem sido testada pelas guerras em Gaza e na Ucrânia.
Depois de o conflito entre Israel e o Irão ter eclodido na passada sexta-feira, a Rússia instou Israel a mostrar contenção na sua campanha contra o Irão e condenou os seus ataques como “violações da carta das Nações Unidas e do direito internacional” – as mesmas contravenções que a comunidade internacional tem repetidamente afirmado que Moscovo tem cometido na Ucrânia.