O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, descreveu o encontro bilateral com o homólogo dos EUA, Donald Trump, como “robusto e frutífero”, sinalizando um novo capítulo no engajamento entre a África do Sul e os Estados Unidos, particularmente em comércio e investimentos
Em declarações à imprensa sul-africana após a conclusão da visita de trabalho à capital dos EUA, Washington, Ramaphosa disse que tiveram uma “troca profunda e positiva”, não apenas sobre assuntos mais leves, como golfe, mas principalmente sobre cooperação económica e preocupações mútuas.
“Tivemos um encontro bilateral muito bom, embora uma série de questões tenham surgido, como todos vocês devem ter observado, e pudemos ter um engajamento sólido com o Sr. Trump na presença de vocês”, disse.
Referiu que um dos principais resultados da reunião foi o compromisso renovado com o engajamento sustentado entre as duas nações, especialmente nos níveis comercial e industrial.
O Presidente Ramaphosa enfatizou que as discussões continuarão sobre diversos assuntos importantes, incluindo fluxos de investimento, estruturas tarifárias e acesso ao mercado americano por meio de estruturas como a Lei de Crescimento e Oportunidades para a África (AGOA).
Ramaphosa disse que o diálogo bilateral foi também uma oportunidade para esclarecer preocupações e abordar equívocos. “Descobriu-se que a preocupação do Presidente Trump é com a segurança do povo da África do Sul.
Por mais que ele se tenha limitado aos fazendeiros brancos, continuamos a dizer que há um problema de segurança e que não vamos fugir disso. Há criminalidade”, frisou.
Presidente da África do Sul espera que Trump vá à cimeira do G20
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse Quarta-feira que espera que Donald Trump vá participar na reunião do G20, marcada para Joanesburgo, em Novembro, apesar do encontro tenso que tiveram na Sala Oval, noticiou o site Notícias ao Minuto.
“Espero que ele vá à África do Sul”, disse Cyril Ramaphosa a jornalistas, depois da sua visita à Casa Branca. “É importante que os EUA continuem a ter um papel importante”, prosseguiu, depois de ter destacado junto de Trump que a presidência rotativa do G20 em 2026 vai caber ao seu país.
Trump já admitiu faltar ao que vai ser a primeira cimeira do G20 no continente africano. “Quero transmitir a presidência do G20 ao presidente Trump em Novembro, e disse-lhe que ele deveria estar presente.
Não quero transmitir a presidência a uma cadeira vazia”, insistiu. Trump montou uma emboscada ao seu homólogo sul-africano na Sala Oval, ao mostrar-lhe vídeos com o fim de apoiar as acusações norte-americanas de os agricultores brancos sul-africanos serem vítimas de um “genocídio”.
Ramaphosa procurou minimizar o incidente, afirmando que os dois “não se demoraram” neste assunto. Acrescentou que Trump tinha aceitado reunir-se outra vez com ele e que representantes dos dois Estados iriam discutir assuntos comerciais. “No conjunto, penso que a nossa visita foi um grande sucesso”, disse, justicando: “Pudemos fazer o que queríamos no que toca às relações com os EUA”.