A África Subsaariana tem uma das populações mais jovens do mundo, que deverá aumentar em 65% até 2050, mas enfrenta desafios que limitam o potencial da sua juventude, revelaram, ontem, as Nações Unidas num relatório
O estudo “O Estado da Juventude nos Sistemas Agroalimentares” da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) identificou a juventude como um actor central na mudança económica e social, de forma global, mas evidenciou as crescentes dificuldades enfrentadas por milhões de jovens em contextos rurais africanos.
Assim, a migração interna juvenil apresenta características específicas: as raparigas, por exemplo, migram mais do que os rapazes, sobretudo por razões familiares e de casamento. “Em países como o Benim, há registo de migração temporária de raparigas com apenas 13 anos”, citou.
“No Burundi e no Ruanda, mais de 60% dos jovens migrantes deslocam-se entre áreas rurais”, especificou. No entanto, Moçambique é citado como sendo um dos três países analisados – além do Gabão e do Camboja – “que apresentam uma incidência notavelmente mais elevada de migração interna entre os jovens do sexo masculino em comparação com as jovens”, enquanto “na Tanzânia e em Timor-Leste as taxas são semelhantes entre rapazes e raparigas”.
Estudos realizados na Etiópia, Uganda e Tanzânia, citados na investigação, indicam que a migração urbana “permite aos jovens aceder a empregos não agrícolas”, enquanto a migração rural–rural “favorece a diversificação dentro do próprio sector agroalimentar”.