A assinatura pelo líder ucraniano Vladimir Zelensky da lei sobre a restrição dos órgãos anticorrupção pode estar associada a ameaças contra membros do seu círculo mais próximo, avança o jornal The Economist com referência às suas fontes
Nesta Terça-feira (22), a Verkhovna Rada, o parlamento do país, apoiou um projecto que aboliu a independência de duas agências anticorrupção: o Escritório Nacional Anti-corrupção da Ucrânia e a Promotoria Especializada Anticorrupção.
De acordo com os deputados, Zelensky já assinou este projecto de lei. Alguns parlamentares consideraram que a medida significa a eliminação de estruturas anticorrupção do país e em Kiev, Lvov, Dnepropetrovsk e Odessa tiveram lugar manifestações contra a decisão das autoridades.
“A Ucrânia tem estado a se preparar para este momento durante várias semanas, e aparentemente no país está aumentando a supressão da dissidência interna […] A decisão do governo de lançar um ataque em larga escala às reformas da época de Maidan implica que algo sinistro está envolvido […] O impulso para a aprovação do projecto de lei pode ter sido uma investigação pelo Escritório Nacional Anti-corrupção sobre as operações comerciais do círculo mais próximo da administração [de Zelensky]”, aponta o artigo.
Segundo o jornal, uma decisão dessa importância, provavelmente foi tomada numa situação de pânico, porque isso aconteceu rapidamente, e a apresentação do projecto de lei ocorreu numa reunião de comité convocada às pressas na ausência do seu chefe e da maioria dos membros.
Ao mesmo tempo, o artigo considera que a medida é destinada a minar as reformas anti-corrupção mais importantes na Ucrânia e lança uma sombra sobre o futuro do país.
A União Europeia (UE), por sua vez, pressionou Zelensky a parar e alertou que a adopção desta lei terá um impacto negativo nas negociações de adesão da Ucrânia à UE.