O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, apelou a todos os países para que “cortem completamente” as suas relações comerciais e políticas com Israel devido aos seus “crimes e atrocidades”
“Os países, tanto islâmicos como não islâmicos, mas especialmente os islâmicos, devem cortar completamente os seus laços comerciais com o regime sionista”, afirmou, antes de sublinhar que “também devem cortar os seus laços políticos e isolar o regime”, de acordo com um comunicado publicado pelo seu gabinete. O líder supremo iraniano fez este apelo devido às ações de Israel na Faixa de Gaza e aos seus ataques contra outros países do Médio Oriente.
“Embora os crimes (israelitas) sejam cometidos com o apoio de potências como os Estados Unidos, o caminho para enfrentar esta situação não está fechado”, insistiu Khamenei, que afirmou que Israel “é o regime mais isolado do mundo atualmente”. “Não há dúvida disso.
O maldito regime sionista é o regime mais depreciado do mundo”, acrescentou o líder do regime teocrático iraniano. Afirmou ainda que “um dos eixos principais da diplomacia iraniana deve ser pedir a outros governos que cortem os seus laços comerciais e políticos com o regime sionista”, ao mesmo tempo que insistiu que “a escala dos crimes e atrocidades cometidos pelos sionistas é verdadeiramente assustadora”.
“Eles não têm qualquer vergonha e falam abertamente sobre o que fizeram. Isto tem de parar”, declarou o ayatollah, que se tem mostrado muito crítico em relação a Israel devido à ofensiva contra Gaza, lançada em resposta aos ataques de 07 de Outubro de 2023, e aos seus bombardeamentos contra países da região, como o Líbano, a Síria, o Iémen e o próprio Irão.
Já o Presidente do Irão, Masud Pezeshkian, destacou que a colaboração entre os países islâmicos é essencial para o “desenvolvimento e resiliência” da região face às “pressões externas”.
Pezeshkian destacou ainda que a força da comunidade islâmica “depende da solidariedade, em particular face a ameaças comuns como o regime israelita, que é uma ferramenta do imperialismo norte-americano”, de acordo com um omunicado publicado pela Presidência do Irão. Vários países têm-se posicionado contra as acções de Israel no Médio Oriente, especialmente em Gaza, numa guerra que já provocou a morte de mais de 64.300 palestinianos.
O Parlamento da Turquia aprovou em 29 de Agosto uma resolução a pedir a suspensão da participação de Israel na ONU e outras organizações internacionais, instando também parlamentos de todo o mundo a cortarem relações militares e comerciais com os israelitas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, tinha anunciado no mesmo dia o encerramento dos portos e do espaço aéreo da Turquia aos navios e aviões militares e oficiais israelitas.
Também no final de Agosto, durante uma cimeira entre os 57 países da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), os países islâmicos assinaram uma resolução de 38 pontos em que apelam a “todos os Estados para que adoptem meios legais e eficazes para impedir Israel de continuar os seus crimes contra o povo palestiniano”.
Os países muçulmanos defedenderam sanções e a suspensão do “fornecimento, a transferência ou o trânsito de armas, munições e material militar”. Ainda hoje o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou ontem nove medidas para tentar “travar o genocídio em Gaza, perseguir os seus executores e apoiar a população palestiniana”, incluindo o embargo total e efectivo ao comércio de armas com Israel.