O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem acreditar que “muito em breve não haverá mais problemas” entre Estados Unidos e o Brasil, um dia depois do encontro com o homólogo norte-americano, noticiou a Lusa
“Tenho a certeza de que em poucos dias chegaremos a uma solução e volto para o Brasil muito satisfeito”, disse Lula, em conferência de imprensa, em Kuala Lumpur, referindo que a reunião com Donald Trump foi “muito boa”.
Questionado sobre se Trump fez alguma promessa durante o encontro de domingo, Lula respondeu: “Não, ninguém me fez nenhuma promessa”. “Para mim, o que ele tem de fazer é comprometer-se que quer chegar a um bom acordo com o Brasil (…) E [Trump] garantiu-me que vamos chegar a um acordo, e que será muito mais rápido do que todo o mundo pensa”, sublinhou.
Os dois países estão em conflito depois de Washington ter decidido aplicar tarifas de 50% aos produtos brasileiros, em retaliação pelo processo judicial contra o ex-Presidente Jair Bolsonaro, aliado político de Trump. Lula notou que disse ao dirigente norte-americano que “o processo contra Bolsonaro foi um processo sério, com provas fortes”.
“Não há o que discutir, foi um julgamento justo”, reforçou. O líder brasileiro insistiu que vão chegar a um acordo com os Estados Unidos em breve, e disse que Trump manifestou durante o encontro vontade de o fazer. “Eu tenho o telefone pessoal dele. Ele tem o meu”, disse com humor.
No domingo, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, já tinha dito que a reunião de 45 minutos entre Lula e Trump tinha sido “muito produtiva”. “Os Presidentes trataram de todos os assuntos”, afirmou Vieira, no final do encontro.
De acordo com o ministro, Trump comprometeu-se a “dar instruções à sua equipa para iniciar um processo de negociação bilateral” em torno das taxas, tendo os dois líderes aberto a porta a “visitas recíprocas”.
Lula e Trump, cuja relação também é afectada pela escalada da luta contra o narcotráfico dos cartéis latino-americanos por parte dos EUA, estiveram na capital malaia para a 47.ª cimeira de líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e aliados, que começou no domingo e se prolonga até terça-feira.
Em Kuala Lumpur, Lula da Silva ofereceu-se para actuar como mediador entre os Estados Unidos e a Venezuela, num momento de escalada das tensões geopolíticas na região. “O Presidente Lula levantou a questão e afirmou que a América Latina e a América do Sul, onde estamos localizados, é uma região de paz.
E ofereceu-se para ser um contacto, um interlocutor, como já foi no passado com a Venezuela, para procurar soluções mutuamente aceitáveis e correctas entre os dois países”, afirmou Mauro Vieira.









