O Exército israelita acusou, ontem, as mais de 100 organizações não-governamentais (ONG), que se queixam de não conseguirem levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, de não cumprirem “requisitos básicos de segurança”
Entre os requisitos, o organismo militar responsável por supervisionar a entrega de ajuda no território cercado, o COGAT, está a exigência de fornecer informações sobre os seus trabalhadores, para, segundo Israel, evitar que o grupo islamita Hamas, que controla o enclave, beneficie da distribuição.
Segundo o COGAT, o processo de registo assenta em “critérios profissionais e de segurança claros”, concebidos para impedir “a infiltração de elementos terroristas”, numa referência a membros do Hamas. Israel acusa, sem apresentar provas, este grupo islamita de se apropriar da ajuda humanitária que entra em Gaza.
“A recusa de algumas organizações internacionais em fornecer informações e cooperar com o processo de registo levanta sérias dúvidas sobre as suas verdadeiras intenções”, acrescentou o organismo militar israelita.
Desde o início da ofensiva israelita contra Gaza, após os ataques do Hamas de 7 de Outubro de 2023, foram mortos no enclave 508 trabalhadores humanitários: 346 da ONU, 51 do Crescente Vermelho Palestiniano, quatro do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e 107 de outras organizações, segundo dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).