A presidência francesa saudou, ontem, a disponibilidade do Presidente russo, Vladimir Putin, para falar com o homólogo Emmanuel Macron e anunciou que vai decidir nos próximos dias as modalidades em que o diálogo poderá ocorrer
“É bem-vindo que o Kremlin [presidência russa] dê um acordo público a esta iniciativa. Decidiremos nos próximos dias sobre a melhor forma de proceder”, disse o Eliseu (presidência francesa), segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). “Penso que vai voltar a ser útil falar com Vladimir Putin”, disse Macron aos jornalistas em Bruxelas.
“Constato que há pessoas que falam com Vladimir Putin”, afirmou então, referindo-se ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que retomou o diálogo com o homólogo russo.
Macron considerou que seria do interesse dos ucranianos e dos europeus “encontrar o enquadramento” para retomar o diálogo com a Rússia. “Caso contrário, discutimos entre nós com negociadores que vão sozinhos discutir com os russos, o que não é o ideal”, insistiu, referindo-se às negociações indirectas entre Moscovo e Kiev sob mediação de Washington.
Peskov referiu que durante o balanço do ano no programa “Linha Directa”, na Sexta-feira, Putin já tinha afirmado que estava “pronto para dialogar com Macron”. Witkoff e Kushner reuniramse, na Sexta-feira, com o principal negociador ucraniano, Restom Umerov, e com representantes da Alemanha, da França e do Reino Unido.
Em causa, um plano de paz de Trump para tentar acabar com a guerra da Rússia contra a Ucrânia, cuja versão inicial agradou a Moscovo, mas que, entretanto, foi alterada por intervenção de Kiev e dos aliados europeus.
O porta-voz do Kremlin também disse, ontem, que Putin não tem na agenda, até ao final do ano, qualquer conversa telefónica com Trump, mas admitiu que poderá ser organizada a qualquer altura.
“Ainda não está na agenda, mas pode ser rapidamente organizado, se necessário”, disse Dmitri Peskov à agência noticiosa russa TASS. A agência não especificou se o assunto seria a guerra na Ucrânia, mas num outro despacho noticiou que Peskov informará os jornalistas russos se Putin irá desejar boas festas a Trump. Macron iniciou, ontem, uma visita aos Emirados Árabes Unidos para celebrar o Natal com as forças francesas destacadas no país.
A França colabora com os Emirados no plano militar, contando com mais de 900 soldados em três bases, aos quais Macron vai discursar durante a tarde. O Presidente francês deverá também reunir-se com o homólogo dos Emirados, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, para discutir “o reforço da parceria estratégica” entre os dois países, segundo a presidência francesa.









