A Europa finalmente acordou militarmente, afirmou ontem a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante cúpula da Otan em Haia, na Holanda. Neste despertar, resultado da guerra da Rússia contra a Ucrânia, que completou três anos em Fevereiro e não tem final em vista, é necessário se rearmar, segundo Leyen
As declarações da chefe da UE ocorreram um dia após o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, ter anunciado um “salto gigantesco” nos gastos em Defesa para os paísesmembros do bloco, além de investimento pesado em aparelhos de guerra como defesas aéreas e tanques de guerra.
Agora, cada país da aliança militar terá que destinar um mínimo de 5% do PIB para Defesa, um aumento considerável nos níveis investidos atualmente, e segundo autoridades do bloco, assegurará a segurança europeia “à medida que o mundo se torna mais perigoso”.
Rutte foi na mesma linha de von der Leyen ao mencionar a necessidade do rearmamento europeu, e foi enfático ao dizer que a Otan “tem que ganhar a guerra de produção militar” contra a Rússia.
Segundo ele, “é impensável que os russos, com uma economia 10 vezes menor [que a da aliança], nos superar em poder de fogo e em capacidade de produção”. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou na segunda-feira, com base em informações da Inteligência ucraniana, que a Rússia está se preparando para operações militares em territórios de países da Otan.
A Rússia, por sua vez, criticou a Otan nesta terça-feira por escalar a retórica bélica, e afirmou que a aliança militar estaria no caminho de uma “militarização desenfreada”. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Otan foi criada para o confronto e não é uma instituição pacificadora.
Em coletiva na cúpula da Otan, Zelensky reiterou a importância de vencer a Rússia dentro do território ucraniano antes que as tropas de Putin avancem mais a oeste, e pediu mais suporte financeiro da aliança, entre outras razões, “para liderar a corrida de drones”. Rutte prometeu que os países da aliança fornecerão mais de 35 bilhões de euros (cerca de R$ 221 bilhões) em ajuda à Ucrânia neste ano.