Os Estados Unidos e o Japão condenaram o lançamento, ontem, de um míssil balístico intercontinental (ICBM) norte-coreano, declarou o porta-voz do Departamento de Estado
“Estes lançamentos, tal como os outros lançamentos de mísseis balísticos efectuados por Pyongyang este ano, violam várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, declarou, em comunicado, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA à agência de notícias France-Presse (AFP), quando ainda era Domingo naquele país.
Os lançamentos “representam uma ameaça para os vizinhos da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte] e comprometem a segurança regional”, acrescentou o comunicado.
O Japão também reagiu negativamente, admitindo que os últimos dois lançamentos de mísseis norte-coreanos constituem “uma ameaça para a paz e a estabilidade na região”.
“Condenamos firmemente” estes lançamentos, notou o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, sublinhando que os disparos violam, igualmente, as sanções contra Pyongyang adoptadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
As Forças Armadas da Coreia do Sul confirmaram que o projéctil lançado, ontem, pela vizinha Coreia do Norte é um míssil balístico intercontinental.
“As nossas forças armadas detectaram o que se crê ser um míssil balístico de longo alcance lançado da zona de Pyongyang para o mar do Leste [nome dado ao mar do Japão nas duas Coreias] por volta das 08h24”, (23:24 de Domingo em Lisboa), declarou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano em comunicado.
O Ministério da Defesa japonês confirmou a hora do lançamento e acrescentou que o míssil aterrou por volta das 09h37 (00h37 em Lisboa) fora da zona económica especial do país, 250 quilómetros a Oeste da ilha de Okushiri, perto de Hokkaido (Norte), segundo a emissora estatal nipónica NHK.
A duração do vôo coincide com os anteriores lançamentos deste tipo de míssil por Pyongyang e com a trajectória curva utilizada para testar este tipo de míssil.
O lançamento ocorre depois de a Coreia do Norte ter lançado outro míssil balístico de curto alcance no Domingo e marca o 27.º teste de armamento registado por Pyongyang só este ano.
O disparo acontece, além disso, três dias depois de o conselheiro adjunto para a segurança nacional da Coreia do Sul, Kim Tae-hyo, ter afirmado que tinham sido detectados sinais de que o regime de Kim Jong-un poderia lançar um ICBM nos próximos dias.
O último ICBM que Pyongyang testou foi lançado em Julho, quando disparou um projéctil Hwasong-18 de combustível sólido a partir dos arredores da capital norte-coreana.
Com este lançamento, o regime atingiu um recorde de cinco mísseis intercontinentais lançados este ano.
Esta última ação norte-coreana surge também depois de Pyongyang ter anunciado, a 23 de Novembro, o cancelamento da aplicação de um tratado militar com Seul, assinado em 2018 para reduzir a tensão nas zonas fronteiriças.