Os Estados Unidos consideram que “impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender, publicamente, não é um serviço público”
Os Estados Unidos criticaram a prisão domiciliária do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro decretada, na Quarta-feira, pelo juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre de Morais, e prometeram responsabilizar todos os envolvidos.
Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais “já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”.
Bolsonaro está também proibido de utilizar o telemóvel, ou qualquer outro aparelho de comunicação, “directamente ou por intermédio de terceiros”, de comunicar com autoridades estrangeiras e outros réus no processo de tentativa de golpe de Estado.
O incumprimento destas medidas, avisou o juiz, levará a que seja decretada “imediata prisão preventiva”. Em causa estão as manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro, no último Domingo, em apoio a Jair Bolsonaro e contra Alexandre de Moraes, considerado o “inimigo número um do bolsonarismo”, nas quais os apoiantes do ex-presidente defenderam a aprovação de uma amnistia para todos os acusados no processo de tentativa de golpe de Estado.
Jair Bolsonaro não marcou presença física devido às medidas cautelares impostas, mas participou nas manifestações por telefone, contrariando restrições expressas determinadas pelo STF, que o proibiam de usar as redes sociais.