O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, declarou ontem estar pronto para conversar com o Presidente norteamericano, Donald Trump, após Washington ter aumentado as tarifas sobre os produtos canadianos em 10%
“Estamos prontos para sentar à mesa de negociações com os Estados Unidos (…) quando os Estados Unidos estiverem prontos para se sentarem”, garantiu Carney aos jornalistas, à margem da cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) na Malásia, segundo a Lusa. Mas Donald Trump foi peretório: “Não me quero encontrar com ele.
Não me vou encontrar com ele durante um longo período”, declarou hoje Donald Trump no Air Force One durante a sua viagem para o Japão, que é a segunda paragem do seu périplo pela Ásia, de acordo com um comunicado da Casa Branca.
Trump anunciou uma tarifa adicional de 10% sobre o Canadá no sábado, uma medida que agrava as tensões comerciais entre os dois países e levou as duas partes a suspenderem as negociações bilaterais.
O líder norte-americano anunciou a tarifa na rede social Truth Social, justificando o aumento devido a um anúncio televisivo promovido pelo governo de Ontário – província canadiana onde se situa a capital do país, Ottawa – que utiliza declarações do ex-Presidente dos EUA, Ronald Reagan (republicano), contra as tarifas.
Trump e Carney estiveram no domingo na Malásia durante a cimeira de líderes da ASEAN, que decorre até terça-feira em Kuala Lumpur, embora não se tenham reunido separadamente.
Carney, durante um fórum económico à margem da ASEAN, admitiu que estas alterações tarifárias por parte dos Estados Unidos são “difíceis de gerir”, ao mesmo tempo que abrem caminho à expansão do comércio com outras regiões do mundo, de forma a reduzir a dependência dos norte-americanos.
A nova tensão começou inesperadamente na quinta-feira, quando Trump anunciou que tinha ordenado a suspensão das negociações comerciais com o Canadá devido a este anúncio publicitário de um minuto do governo de Ontário.
Em Março, a Administração Trump impôs tarifas de 25% sobre a maioria das importações do Canadá, incluindo aço, alumínio e diversos produtos automóveis. O Canadá também aumentou as suas tarifas em retaliação pela decisão de Washington, mas acabou por retirá-las em 01 de Setembro para facilitar as negociações comerciais com Trump.









