O ataque atingiu um veículo no exterior do hospital Al-Awda, situado no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza. As vítimas eram jornalistas que trabalhavam para a agência de notícias local Quds News Network.
Os militares israelitas afirmaram que o alvo era um grupo de combatentes da Jihad Islâmica, um grupo militante aliado do Hamas. Imagens da Associated Press mostraram o que restava da carrinha incinerada, com marcas de imprensa ainda visíveis nas portas traseiras.
O funeral dos jornalistas realizou-se esta quinta-feira, à porta do hospital, com vários jovens reunidos, muitos deles a chorar, enquanto os corpos eram depositados. Os corpos dos jornalistas foram envolvidos em mortalhas brancas, com coletes de imprensa azuis colocados sobre eles.
De acordo com o Comité para a Proteção dos Jornalistas, mais de 130 jornalistas palestinianos foram mortos desde o início da guerra, em outubro do ano passado.
Um outro relatório da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), publicado no início de dezembro, estima que a Palestina foi, de longe, o local mais mortífero do mundo para os jornalistas durante o ano passado. Israel proibiu a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza, exceto se o fizerem a bordo de embarcações militares.
Proibiu também o órgão de comunicação pan-árabe Al Jazeera, acusando seis dos seus repórteres baseados em Gaza de serem militantes. O meio, sediado no Qatar, nega tais acusações, afirmando que Israel está a tentar suprimir a sua cobertura, que se tem centrado no pesado tributo pago aos civis pelas operações militares israelitas.
Num incidente separado, o exército israelita comunicou a morte de um soldado de reserva de 35 anos durante os combates no centro de Gaza na madrugada de quinta-feira.
Desde o início da operação terrestre de Israel, há mais de um ano, 389 soldados israelitas foram mortos em Gaza. A guerra começou quando militantes liderados pelo Hamas lançaram um ataque surpresa do outro lado da fronteira em 7 de outubro de 2023, visando bases militares e comunidades agrícolas próximas. O ataque matou cerca de 1 200 pessoas, na sua maioria civis, e levou ao rapto de aproximadamente 250 pessoas.
Cerca de 100 reféns ainda se encontram em Gaza e acredita-se que pelo menos um terço esteja morto. As subsequentes operações aéreas e terrestres de Israel resultaram na morte de mais de 45 000 palestinianos, de acordo com o Ministério da Saúde.
Mais de metade das vítimas mortais são mulheres e crianças, embora o Ministério não tenha revelado quantos eram combatentes. Israel afirma ter matado mais de 17.000 militantes, embora não tenham sido apresentadas provas.