Os aliados europeus da Ucrânia exigiram este domingo, numa reacção de desconfiança à proposta de Moscovo para retomar as negociações com Kiev, que quaisquer conversações sejam precedidas por um cessar-fogo duradouro
“O presidente [ucraniano, Volodymyr] Zelensky continua empenhado e sem impor condições. Agora, esperamos uma resposta igualmente clara” da parte da Rússia, afirmou o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que visitou Kiev, no sábado, com o chanceler alemão, Friedrich Merz, e os primeiros-ministros britânico, Keir Starmer, e polaco, Donald Tusk.
“Não pode haver negociações enquanto as armas estiverem em jogo”, acrescentou. Uma posição com a qual Donald Tusk concordou, sublinhando a necessidade de Moscovo apresentar “uma decisão clara sobre um cessar-fogo imediato e incondicional”.
Embora tenha admitido à agência de notícias alemã DPA que a “vontade de dialogar” é, “em princípio, um bom sinal” da parte da presidência russa (Kremlin), considerou que “isso não é, de modo algum, suficiente”.
O Presidente russo, Vladimir Putin, propôs hoje negociações “diretas e sem condições prévias” entre a Rússia e a Ucrânia a 15 de maio em Istambul, adiando até lá a hipótese de um cessar-fogo.
“A Rússia está pronta para negociações sem condições prévias. Propomos que comecem na próxima quinta-feira, 15 de maio, em Istambul”, afirmou Putin em declarações à imprensa, precisando que falará nas próximas horas com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Acrescentou ainda que estas conversações deverão centrar-se nas “causas profundas do conflito” em curso há mais de três anos — desde que a Rússia invadiu a vizinha Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022 -, mas “não excluiu” que possam permitir instaurar “um novo cessar-fogo”.
A proposta da Rússia foi apresentada algumas horas depois de a Ucrânia e os aliados europeus terem exigido a Moscovo que concorde com um cessar-fogo total e incondicional durante pelo menos 30 dias a partir de segundafeira, sob pena de enfrentar novas sanções económicas.