Segundo um despacho presidencial divulgado recentemente, a quantia vai servir para aumentar as oportunidades de emprego entre os jovens angolanos e, consequentemente, o incremento da produtividade
O documento justifica o empréstimo com a necessidade de se estabelecer as bases para um investimento público sustentável, através do apoio à empregabilidade e empreendedorismo juvenil, de modo a contribuir para o desenvolvimento socioeconómico e a redução da pobreza em Angola.
Por essa razão, o presidente da Confederação Sindical e da Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSSILA), Francisco Jacinto, avança que a iniciativa é boa para o fomento do emprego nacional, uma vez que Angola regista uma taxa maior de desemprego juvenil rondando em mais de 50%, taxa que consideram muito alta.
Entretanto, chamam atenção ao executivo para implementar com resultados que refletem diretamente na vida dos angolanos, em particular aos jovens que são a maior força de trabalho. Segundo o líder sindical da CGSSILA, o dinheiro deveria ser aplicado não somente em empresas já conhecidas, mas também em jovens com capacidade de inovação, criação e espírito de empreender.
O responsável considera que se deveria mudar de estratégias para a implementação desses montantes destinados à criação de emprego, recordando que os planos de entrega de kits que se têm feito ao longo dos anos para se combater o desemprego não têm surtido pouco efeito. Francisco Jacinto sugeriu que se deve criar um plano nacional específico para a empregabilidade.
E que o governo auscultasse os parceiros sindicais e empresários para debater estratégias funcionais para o plano. O sindicalista entende que, para uma coerência do investimento dos valores em jovens, o governo pode organizar concursos públicos para jovens com capacidade de inovação.
“O investimento não pode abranger somente as grandes empresas que já são conhecidas, com pouca capacidade de empregabilidade, mas também as médias e pequenas empresas, e aqueles jovens inovadores, que serão fiscalizados todos os anos, esses terão capacidade de empregar”, sugeriu.
O valor
O Banco Mundial vai emprestar mais 250 milhões de dólares a Angola para a cobertura financeira do projecto para a criação de oportunidades de emprego no país.
O anúncio chega numa altura em que se registou no primeiro trimestre do ano uma perda de 102 mil 899 empregos formais, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
A ministra das Finanças foi delegada a negociar e assinar o acordo de financiamento e toda a documentação relacionada com o empréstimo. Segundo o Banco Mundial, que acredita que cerca de 500 mil pessoas vão beneficiar do projecto por meio da participação em intervenções no domínio do empreendedorismo e do mercado de trabalho.
O AYEOP introduz uma abordagem de convergência para integrar os investimentos do governo e o apoio do Banco Mundial para a transformação económica, diversificação e digitalização, particularmente no corredor económico do Lobito.
O projecto será implementado em todo o país e terá como alvo pessoas entre os 16 e os 35 anos, em especial as que estão desempregadas, inactivas ou envolvidas em actividades de baixa produtividade e vulneráveis a choques.
Por: Rita Fernando