O impacto das recentes sanções impostas pelos Estados Unidos da América (EUA) sobre o processo de integração económica africana dominou o encontro entre o ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, e o secretário-geral da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), Wamkele Mene, realizado nesta quarta-feira, em Luanda
Durante a audiência, Wamkele Mene actualizou o chefe da diplomacia angolana sobre o estágio de implementação da ZCLCA, sublinhando os progressos alcançados na adesão dos Estados-membros, mas alertou para os desafios que existente, nomeadamente a operacionalização efectiva dos mecanismos de integração económica no continente.
No entanto, o foco principal da conversa esteve na preocupação manifestada pelo secretário-geral quanto aos possíveis efeitos negativos das sanções externas, sobretudo, as aplicadas por Washington, sobre o comércio intra-africano. Wamkele Mene advertiu que tais medidas podem comprometer os objectivos estratégicos da ZCLCA e apelou à necessidade urgente de uma resposta coordenada por parte dos países africanos.
“A unidade do continente é essencial com vista a mitigar os impactos das sanções externas sobre as nossas economias”, reforçou o responsável, apelando a uma acção concertada para se proteger os resultados já alcançados no processo de integração continental.
O secretário-geral reafirmou o compromisso da organização com a criação de um mercado único africano de bens e serviços, assente na livre circulação de pessoas, capitais e investimentos, como base para a industrialização e transformação estrutural de África.
Criada em 2018, a ZCLCA conta actualmente com 54 países signatários e 47 ratificações, representando um mercado de mais de 1,4 mil milhões de pessoas e um PIB combinado de 3,4 biliões de dólares. A sua sede está localizada em Accra, capital do Ghana.