Salineiros de todo o país admitem que, nos últimos tempos, têm estado a viver um quadro de falência técnica, por alegada concorrência desleal com chineses. Argumentam que o uso de plástico (lona) na produção de sal por alguns cidadãos asiáticos, que têm o município da Baía- Farta como epicentro, para além de atentar contra a saúde pública, deixa enormes quantidades de sal sem mercado
Enquanto se aguarda por resultados da Comissão Técnica criada por despacho do governador de Benguela, Nunes Júnior, para averiguar determinadas irregularidades na produção de sal, na Baía-Farta, produtores angolanos fazem contas à vida e admitem falência técnica, ao mesmo tempo que dão conta de que estão a ser apertados por bancos comerciais a quem contraíram crédito.
Alguns empresários estão num dilema entre pagar salários e honrar compromissos de crédito a bancos – tal é o caso do empresário Manuel Rodrigues – que diz ter sido obrigado a dispensar, nos últimos dias, mais de 100 funcionários, não estivessem salineiros como ele a produzir apenas para «sobreviver».
“As rendas caíram abaixo dos 50 por cento. O sal está a ser vendido abaixo do custo de produção. Por isso tive de despedir 110 trabalhadores. Se continuarmos desta forma, ainda vou despedir mais. A pagar o crédito e alguns custos que nós temos (alimentação e combustíveis não compensa)”, admitiu o salineiro, à saída de um encontro promovido pela Associação dos Produtores de Sal de Angola, na sede da Aliança Empresarial de Benguela, na segunda-feira, 21.
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