A mina de cobre de Tetelo, localizada no município de Maquela do Zombo, na província do Uíge, é a primeira de muitos outros projectos do sector em curso no país, afirmou nesta quarta-feira, 29, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo
De acordo com o ministro Diamantino Azevedo, que falava durante a inauguração da antiga mina de Mavoio, o cobre de Maquela já tem mercado e garantia de um dos maiores compradores do mundo.
No entanto, sublinhou que, no futuro, a intenção será transformar a matéria-prima localmente, para agregar mais valor. “A mina vai produzir, numa primeira fase, cerca de 100 mil toneladas de cobre por ano, das quais 30 mil de metal não ferroso”, frisou, lembrando o papel desempenhado pelo falecido general João de Matos na reactivação do projecto, em 2008, depois da paralisação dos serviços de prospecção iniciados em 1976.
Salientou que a implementação da mina exigiu perseverança, porquanto apenas 10 anos depois se concluiu o estudo de viabilidade, para que, em quase cinco décadas, entrasse em funcionamento, sendo este um enorme presente em alusão à independência nacional.
Diamantino de Azevedo reiterou que o cobre é hoje o mineral mais estratégico do globo, observando que quem o controla tem a chave da economia.
“O mundo está a voltar para a África em busca dos minerais, por isso, hoje, o Uíge e Angola acabam de escrever o seu nome na história de produção deste minério”, atestou, o que coloca o país na disputa de um local como potência no continente nos próximos anos.
Oportunidade de emprego para jovens
Segundo o director adjunto da mina Rui Lopes, actualmente estão empregados mais de mil e 500 jovens; destes, 70% são da comunidade e recém-formados nos institutos da província.
A perspectiva de vida útil da mina é de 14 anos, mas evidências indicam mais tempo de vigência, revelando que, além de Maquela do Zombo, o cobre se estende igualmente para os municípios da Damba e Bembe, igualmente na província do Uíge. “A exploração está em 10% do previsto, mas, quando estiver em pleno, vamos totalizar quase três mil postos de trabalho”, assegurou.
A previsão é de serem investidos no projecto cerca de 400 milhões de dólares, revelou Rui Lopes, para quem, na fase de prospecção foram aplicados 70 milhões de dólares, dos 300 até agora aplicados na execução da mina de Tetelo, exMavoio. Satisfeito com o emprego, Henriques Bartolomeu, de 31 anos de idade, técnico de electricidade, está há dois meses na mina.
Chegado de Luanda, enaltece a iniciativa de, pela primeira vez, trabalhar numa mina de cobre. Apesar de estar longe da família, Henriques diz sentir-se bem acolhido, com direito à alimentação, dormitório e meios de trabalho adequados. Outro jovem recém-formado no Instituto Médio de Geologia da Damba é Jucelino Morais, que conseguiu o seu primeiro emprego na mina.
Como técnico de geologia, tem a responsabilidade de controlar os dados geológicos fornecidos pela prospecção feita com recurso a drones e outros detectores manuais.
“Entre os formados no IGCA da Damba, cerca de 20 conseguimos o nosso primeiro emprego nesta mina”, acentuou, agradecendo a iniciativa e oportunidade concedida.
Refira-se que, até a maturação do projecto, a empresa chinesa Shining Star vai investir cerca de 400 milhões de dólares na rebaptizada mina de cobre de Tetelo, ex-mina de Mavoio.









