O Porto do Lobito voltou a ser palco de uma visita de alto nível que sublinha a sua crescente importância estratégica para Angola e para a região austral de África. Numa missão oficial de grande relevância, uma delegação da Embaixada do Japão em Angola, chefiada pelo embaixador Hiroaki Sano, visitou as instalações portuárias, onde foi recebida pelo presidente do Conselho de Administração, Celso Rosas, acompanhados pelos Administradores Executivos, directores e assessores.
O encontro teve como foco a prevenção e combate aos crimes financeiros e a promoção das vantagens competitivas do Corredor do Lobito, eixo logístico que liga o Atlântico ao coração do continente africano e se apresenta como catalisador do comércio internacional, da segurança regional e do crescimento económico sustentável.
A reunião decorreu na sede do Porto do Lobito e contou com a presença da Representante Regional do UNODC para a África Austral, Jane Marie Ongolo, e de altos representantes dos Ministérios da Justiça, Transportes, Interior, bem como do Comité de Gestão Coordenada das Fronteiras, SINSE, SIC, entre outros organismos-chave.
O embaixador Hiroaki Sano destacou que esta missão visa aprofundar as parcerias multilaterais e abrir caminho para projectos conjuntos capazes de reforçar a segurança, a justiça e a atractividade de investimentos sustentáveis.
“O Corredor do Lobito tem um potencial enorme para promover um ambiente de negócios seguro e transparente, condição essencial para o crescimento económico e para o desenvolvimento das comunidades”, afirmou.
Para Celso Rosas, PCA do Porto do Lobito, a visita permitiu mostrar in loco as capacidades da infraestrutura e os investimentos em curso para modernizar o corredor logístico. “Estamos a apostar fortemente na digitalização, na formação de quadros e na melhoria da eficiência operacional, pois o Porto do Lobito é mais do que um terminal marítimo – é uma porta de entrada para o desenvolvimento regional”, sublinhou.
Na mesma linha, Jane Marie Ongolo, do UNODC, lembrou que a posição estratégica do Porto, na confluência de fronteiras com a RDC e a Zâmbia, exige medidas rigorosas de prevenção ao crime organizado e aos fluxos financeiros ilícitos. “Capacitar os diferentes sectores e criar mecanismos de cooperação internacional é essencial para garantir um comércio seguro e transparente”, afirmou.
Já o secretário de Estado para os Sectores da Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Rui Paulo de Andrade Teles Carreira, que acompanhou a delegação ao Porto do Lobito, sublinhou que o Corredor do Lobito se afirma, cada vez mais, como um verdadeiro polo de atracção de negócios, e que iniciativas desta natureza reforçam as bases para um futuro assente na segurança, no crescimento económico e na prosperidade partilhada.
Segundo o governante, o objectivo é encontrar as fórmulas mais eficazes para prevenir este tipo de criminalidade, reconhecendo, contudo, que tais fenómenos não ocorrem de forma isolada.
“Os crimes de natureza financeira existem em todo o mundo. Por isso, estamos a preparar-nos não apenas para os combater, mas, sobretudo, para os prevenir”, afirmou, acrescentando que o recurso às novas tecnologias de informação e comunicação poderá constituir uma mais-valia, ao possibilitar a antecipação do que designa por “eventos negativos”.