OPaís
Sáb, 10 Mai 2025
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Publicações
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Publicações
Sem Resultados
Ver Todos Resultados
Jornal O País
Sem Resultados
Ver Todos Resultados

Importação de matéria- prima na base da subida do cimento

Miguel Kitari por Miguel Kitari
20 de Outubro, 2023
Em Economia
Tempo de Leitura: 5 mins de leitura
0
Importação de matéria- prima na base da subida do cimento

Com cinco unidades de produção, uma oferta superior à procura, o preço do saco de cimento continua a subir no mercado. Importação de equipamentos, matéria-prima e recrutamento de capital humano estrangeiro, tudo com recurso a divisas, pode estar na base da subida dos preços. Clinquer é o que não falta no mercado

Edificar ou comprar uma casa ficou ainda mais caro nos últimos dias. É que o preço dos materiais de construção, com enfoque no cimento, regista aumento mensalmente. Se nos últimos dois meses o saco de 50 quilos podia ser comprado por 3.800 kwanzas, agora custa 4.800 em Cacuaco, podendo variar de lugar para lugar. O custo de transportação tem um peso grande na formação do preço quando o produto chega ao consumidor final.

No mercado do Kifica, por exemplo, o saco de cimento pode ser comprado a 5.000 kwanzas. Nos últimos seis anos, o saco de cimento de 50 quilos não passava dos 1.800 kwanzas. O que grande parte dos vendedores diz é que o custo de vida, mor- mente a subida dos preços de outros bens também impactou no cimento, um produto que Angola atingiu a sua autossuficiência faz alguns anos. Para já, entendidos no mercado cimenteiro argumentam que não há razões para a subida exponencial do preço, uma vez que estão criadas as condições para que esta indústria trabalhe sem problemas. “Temos clinquer suficiente para abastecer o mercado.

E não se trata de uma matéria-prima importada. Pode ser encontrada internamente, pelo que não se justifica a subida constante do preço do cimento”, considerou António Albino “Carnaval”, que foi administrador da Nova Cimangola. O antigo gestor de uma das maiores cimenteiras do país referiu ainda que, na cadeia produtiva e de valores o cimento não possui elementos que podem impactar bastante no preço, uma vez que até os sacos são de fabrico nacional. “Tudo quanto sei é que a Nova Cimangola não produz sacos, mas compra no mercado nacional. Portanto, temos aqui condições suficientes para termos um produto com preço estável e capaz de ser abastecido no mercado sem problemas”, disse.

Para sustentar a sua posição, Albino António refere que “se tivéssemos falta de cimento ou de matéria-prima não estaríamos hoje a exportar para os países vizinhos, fundamentalmente para o Congo Democrático”, defendeu. As fábricas da Nova Cimangola, em Cacuaco e no Sequele, respectivamente, possuem uma capa- cidade instalada actual que permite uma produção anual superior a um milhão de toneladas de clinquer. A própria Cimangola está vocacionada para a venda de clinquer, cimento e outros agrega- dos no mercado interno e também para exportação, como pode ler-se na página da empresa. A empresa conta com dois moínhos horizontais de bolas com uma capacidade instalada total de 6.000 toneladas por dia (seis mil toneladas). Por sua vez, a CIF-Luanda possui uma capacidade instalada superior a 1000 toneladas por dia, mas não consegue atingir estes níveis por razões de vária ordem, sobretudo energética, entretanto, sem prejuízo para o mercado que possui outras opções.

“Outros factores interferem na cadeia produtiva”

Apesar da estabilidade em termos de produção, a alta do preço do cimento é uma realidade. Sobre o assunto, o administra- dor Comercial da Fábrica de Cimento do Kwanza Sul (FCKS), detentora da marca Yetu, Panzo Nteka, refere que os preços não estão relacionados com a autossuficiência ou não, mas com outros factores que interferem na cadeia produtiva. “Não vemos uma relação directa entre o preço de um bem e o facto do país tornar-se autos- suficiente na produção desse mesmo bem. Existem factores que determinam o custo da produção do bem e depois o seu preço de venda.

Muitos dos insumos utilizados no processo de produção do cimento são adquiridos no mercado externo com recurso às divisas, e todo o mundo sabe o que tem estado a acontecer com o câmbio. Essa indústria importa também serviços técnicos especializados que são pagos em moeda ex- terna”, justificou. Quanto às formas de mitigar esse e outros problemas, Panzo Nteka avança que a FCKS já tem estado a mitigar porque nunca subiu os preços de venda de cimento na proporção da subida dos preços dos insumos, e isso porque a mesma assumiu o compromisso de trabalhar ao lado do Executivo para ajudar a sociedade a ter acesso a este bem que é útil para o processo de reconstrução do país.

Explica que a FCKS tem estado a trabalhar na reengenharia financeira para procurar controlar, na medida do possível, os custos de produção para manter os preços a níveis aceitáveis. Sublinha que os preços praticados no nosso país são os mais baixos da região e isso é fruto de um sacrifício. Com uma produção anual de 47.000 mil toneladas e uma quota de mercado de 23%, a FCKS não tenciona aumentar a sua capacidade de produção. E o seu administrador explica as razões: “Face à tendência da demanda, não tencionamos aumentar a produção. A menos que haja sinais claros de melhoria na demanda dos nossos produtos”, acautelou.

Para ele, o maior constrangimento é a falta de demanda. Realça que o cimento não é produzido para fazer stock, produz-se em função da venda. “O outro constrangimento tem que ver com a subida dos preços dos insumos consumidos na produção”, indicou. No entanto, a principal matéria-prima, o clinquer, é que não falta. “Temos sim clinquer. Há produção do clínquer suficiente para atender as cimenteiras locais e até para exportar”, afirmou. Face ao cenário que apresentou, marcado por ausência de demanda, Panzo Nteka diz não se justificar investimentos adicionais em moageiras face à incapacidade do mercado consumir a produção actual, num mercado competitivo, na visão da FCKS, onde os melhores “sobrevivem”.

Com uma força de trabalho de 1.000 empregos (directos e indirectos) a FCKS está com uma presença significativa do cimento Yetu em Luanda e no Huambo. “Temos ainda uma presença aceitável nas províncias do Bié, Cuando Cubango, Kwanza Sul, Kwanza norte, Benguela, Huila, Namibe, Malange, Moxico e nas Lundas. Existem distribuidores que levam o cimento Yetu além fronteira (São Tomé e RDC), estando a direcção da empresa a trabalhar para entrar nos outros mercados da região da SADC e não só”, anunciou.

Cinco fábricas, mais de 8 mil toneladas por dia

Cinco cimenteiras disputam o mercado nacional, duas em Luanda, concretamente a Nova Cimangola e CIF-Luanda, Secil Lobito e Cimentfort, na província de Benguela, e FCKS, no município do Sumbe, na província do Cuanza Sul. Com as cinco cimenteiras o país pode produzir até 8 milhões de toneladas de cimento por ano, dando resposta às necessidades do mercado nacional, havendo, inclusive, excedente que é exportado, sobretudo para a República Democrática do Congo. O clínquer pode ser definido como cimento numa fase básica de fabrico, a partir do qual se fabrica o cimento Portland, habitualmente com a adição de sulfato de cálcio, calcário e/ou escória siderúrgica.

O cimento é composto principalmente de clínquer e de adições, sendo o clínquer o principal componente presente em todos os tipos de cimento. Existe como mercadoria independente, transacionada mundialmente, porque não é tão sensível à humidade como o cimento Portland e, como tal, facilita a sua armazenagem, manuseio e transporte. No processo de fabricação do cimento Portland, o clínquer de cimento Portland sai do forno a cerca de 80°C, indo directamente à moagem, onde é adicionado ao gesso e, imediatamente, ensacado em sacos de papel, podendo chegar aos depósitos de distribuição ainda quente.

Miguel Kitari

Miguel Kitari

Relacionados - Publicações

BNA aprova plano de recuperação do Banco Sol
Destaque

BNA aprova plano de recuperação do Banco Sol

27 de Abril, 2025
Executivo garante que baixo preço do petróleo não vai comprometer os salários
Economia

Executivo garante que baixo preço do petróleo não vai comprometer os salários

27 de Abril, 2025
Conferência sobre Oceanos arranca amanhã na Coreia do Sul com a presença de Angola
Economia

Conferência sobre Oceanos arranca amanhã na Coreia do Sul com a presença de Angola

27 de Abril, 2025
BCI adere ao pacto global das Nações Unidas
Economia

BCI adere ao pacto global das Nações Unidas

15 de Abril, 2025
Deixar comentário
OPais-logo-empty-white

Para Sí

  • Medianova
  • Rádiomais
  • OPaís
  • Negócios Em Exame
  • Chiola
  • Agência Media Nova

Categorias

  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo
  • Publicações

Radiomais Luanda

99.1 FM Emissão online

Radiomais Benguela

96.3 FM Emissão online

Radiomais Luanda

89.9 FM Emissão online

Direitos Reservados Socijornal© 2025

Sem Resultados
Ver Todos Resultados
  • Política
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura
  • Desporto
  • Mundo

© 2024 O País - Tem tudo. Por Grupo Medianova.

Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você está dando consentimento para a utilização de cookies. Visite nossa Política de Privacidade e Cookies.