Várias individualidades africanas, de entre as quais o antigo Presidente da Nigéria, Olesegun Obasanjo, e Dilamine Zuma, ex-presidente da Comissão Africana, juntaram-se, em Benguela, na sexta-feira, 04, para debater, em fórum, a promoção do comércio, na perspectiva da integração africana, por via do Corredor do Lobito, que começa em Angola e estende-se até à República Democrática do Congo
Constantino Eduardo, em Benguela
O antigo presidente da Nigéria, Olesegun Obasanjo, interveio em um painel temático relativo ao desenvolvimento do Corredor do Lobito e o seu impacto em África, no qual acentuou a necessidade de as nações africanas trabalharem a fim de que haja acções concretas para criar multinacionais africanas. O antigo Chefe de Estado nigeriano, um dos patrocinadores do evento, é apologista da ideia de que não há nação “sólida sem empresas sólidas”. O fórum, subordinado ao tema “corredores para a prosperidade: construindo a integração infra-estrutural”, uma promoção da Lucitur, já vai na sua sexta edição e é a primeira vez que se realiza em Angola.
Intervindo na abertura dos trabalhos, o governador de Benguela, Manuel Nunes Júnior, enalteceu o facto de a província ter sido escolhida para acolher o fórum, ao ter sublinhado que a região é potencial devido ao desenvolvimento económico do corredor do Lobito, que dispõe de uma linha férrea que adentra na RDC.
“Saudamos a escolha do tema oficial deste evento, que é o corredores para a prosperidade: o diálogo político de primeira linha em África sobre integração e desenvolvimento. Não vou falar muito do corredor do Lobito. Aquilo que nós desejamos é que seja o corredor para o desenvolvimento”, realça.
O evento reuniu empresários de várias partes do mundo, com destaque para os maiores produtores de ouro da RDC, que vêm no corredor do Lobito o meio por via do qual esperam colocar minérios em América, Ásia e Europa.
O director executivo da Lucitur, entidade promotora, Pedro Miguel Pissarra, afirmou que o evento reúne antigos chefes de Estados, primeiro-ministros e não só e dispõem de uma visão diferente de África em relação ao desenvolvimento do continente. No que se refere a Angola, a expectativa consiste na forma como se pretende olhar para o corredor do Lobito, devido às suas potencialidades – disse o responsável.