O economista Alfredo Sapi entende que, aprovada que está o suplemento financeiro de 30 mil kwanzas para os funcionários do regime geral da função pública, na base de um decreto Presidencial que entra em vigor em Junho, ao Governo cabe, agora, trabalhar para evitar especulação de preços no mercado, para não agravar ainda mais a condição social das famílias.
As circunstâncias do país, sustenta o economista, sugerem que medidas como as que foram tomadas, tendem a ser, geralmente, ensombradas com especulação de preços, fundamentalmente dos produtos da cesta básica. Salienta, hoje, “para comer mais ou menos bem, o angolano precisa de gastar mensalmente 150 mil a 200 mil kwanzas”.
O que implica dizer, continua o economista, que é importante se ajustar o salário na função pública, porque, segundo sustenta, o Estado dispõe de condições para o efeito. “Vou dar aqui um exemplo muito pontual. O excedente do barril de petróleo nos últimos três anos, em que o referencial no OGE no que concerne ao barril do petróleo, foi aprovado a valor inferior. Teve um excedente de 10 a 20 dólares.
Se pegarmos esse excedente e fazermos o somatório, clara- mente isso irá trazer algum imputido ponto de vista de uma condição melhor para o funcionário público”, resume. Ele lembra que o país ainda não produz o suficiente para o mercado interno e a questão da cesta básica é um dos pontos que pesa para muitas famílias angolanas.
No entanto, o docente é apologista de um perdão económico, no âmbito do combate à corrupção, e sugere que se obrigue os endinheirados a importar e produzir bens que Angola precisa, em vez de os ‘perseguir’.
“Dizer assim, você desviou quantos biliões? Então com esses biliões importe arroz; você desviou quanto? Importe, portanto, a massa, e assim, sucessivamente “, refere, ressaltando que, agindo desse modo, o Estado ganharia mais do que perder tempo a recuperar património.