Eguel e João Domingos, dois irmãos de nacionalidade angolana, estão a impulsionar a indústria de conservas de atum no país, com um projecto 100% nacional, que tem atraído a atenção por transformar recursos locais e gerar emprego juvenil. Trata-se do atum Tia Sara, que, timidamente, conquista os angolanos
Os irmãos, desde cedo ligados à pesca — herdando da avó o hábito de visitar mercados como o da Ilha e da Mabunda —, iniciaram o empreendimento vendendo materiais náuticos, motores, GPS e bússolas. Esse contato com o setor revelou- lhes o potencial do nosso mar, com especial realce para o atum, que está disponível durante todo o ano, impulsionando a decisão de entrar na pesca artesanal e industrialização do produto.
Após conseguir licenças e adquirir uma chata de pesca, como nos conta Eguel Domingos, deram o passo seguinte, o de entrarem na cadeia produtiva. Para não serem surpreendidos pelas adversidades do mercado, realizaram um ano de pesquisas com o objectivo de entender quais as matérias-primas conseguiriam a nível local. “Com a excepção da lata, todos os componentes, nomeadamente, atum, óleo de soja e sal, existem no nosso país.
Isso nos permitiu iniciar uma produção artesanal de conservas, sem aditivos, numa unidade com duas salas, na altura. Inicialmente, processávamos cerca de 300 latas por dia”, conta. O feedback positivo dos consumidores, nas pequenas cantinas do Maculusso e Miramar, impulsionou a migração para instalações maiores. Há duas semanas em operação, a nova fábrica conta com oito colaboradores (todos jovens), com planos de aumentarem a equipa administrativa para cerca de cinco pessoas, além de operacionais.
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