O vice-primeiro-ministro da República Democrática do Congo (RDC), Jean Pierre Bemba, afirmou nesta quarta-feira, em Luanda, que o Corredor do Lobito poderá assegurar a transacção anual de cerca de um milhão e meio de toneladas de minério, fortalecendo o escoamento de recursos minerais da região para o mercado internacional
Ao intervir numa sessão temática dedicada ao desenvolvimento do projecto, na III Cimeira sobre o Financiamento de Infraestruturas em África, o governante assegurou que a operacionalização do corredor reduzirá substancialmente os custos e o tempo de exportação, actualmente feitos através dos portos de Dar Es Salaam (Tanzânia), Durban (África do Sul) e Beira (Moçambique).
“Com a entrada em funcionamento pleno do Corredor do Lobito, os custos poderão diminuir em torno de 30 por cento”, afirmou. Jean Pierre Bemba destacou que a RDC está a investir na reabilitação de vias rodoviárias e ferroviárias, de modo a garantir maior fluidez no transporte a partir das zonas de exploração mineira.
Por outro lado, o ministro das Infra-estruturas e Desenvolvimento Urbano da Zâmbia, Charles Milupi, considerou que o corredor é estratégico por permitir a ligação directa do país ao oceano Atlântico, através do Porto do Lobito, e viabilizar a revitalização do Corredor de Tazara.
O responsável zambiano sublinhou que os investimentos no Corredor do Lobito constituem uma garantia de retorno, pois deverão impulsionar, além do sector mineiro, o crescimento da indústria transformadora, da agricultura e o desenvolvimento tecnológico.
Charles Milupi revelou ainda que a Zâmbia prevê aumentar a produção de cobre para três milhões de toneladas anuais, mas salientou ser fundamental assegurar vias logísticas capazes de suportar o volume exportável, objectivo que o Corredor do Lobito deverá cumprir com eficácia.
Sob o lema “Capital, corredores, comércio: investir em infraestruturas para a AFCFTA e prosperidade partilhada”, a III Cimeira sobre o Financiamento de Infra-estruturas em África decorre em Luanda, reunindo mais de dois mil delegados, entre investidores, representantes de instituições financeiras internacionais, especialistas e decisores políticos.
Até ao final do encontro, serão analisadas estratégias de financiamento de grandes projectos estruturantes no continente, com particular enfoque na potenciação do Corredor do Lobito como eixo logístico de referência em África.









