O serviço Feito em Angola, um instrumento do executivo, coordenado pelo Ministério da Indústria, Comércio e Planeamento e operacionalizado pelo Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), visa complementar os programas de apoio à produção nacional, tendo como principais objectivos fomentar o aumento da produção nacional, estimular a competitividade e promover a melhoria da qualidade dos produtos e o consumo dos produtos. Ao jornal OPAÍS, o presidente do Conselho de Administração do INAPEM, Bráulio Augusto, revelou que, até 2022, o INAPEM tinha certificado para o selo apenas 130 empresas, estando actualmente com mais de 560 empresas certificadas
Como é que o selo Feito em Angola influencia na diversificação da economia nacional?
Numa altura em que muito se fala sobre a questão da diversificação da economia, o executivo angolano entendeu que era importante criar aqui um instrumento que pudesse, por um lado, estimular aqueles que, ao meio de várias limitações, ainda assim têm optado preferencialmente por produzir localmente, com a incorporação de matérias- primas, como é óbvio, nacional. Por outro lado, também reforçar a confiança dos agentes económicos, mas também dos consumidores, que somos no final do dia todos nós, sobre a importância e a necessidade de darmos uma maior valorização ao que já é feito em Angola. No essencial, o serviço Feito em Angola é uma campanha de comunicação, de marketing, assim também podemos classificar, que tem essencialmente essa missão de servir de montra sobre aquilo que é a produção nacional, não apenas de bens, mas também de serviços. Serviços que são totalmente feitos em Angola, que são preferencialmente desenvolvidos por angolanos também, estamos a falar aqui, sobretudo, de soluções tecnológicas, desenvolvimentos de softwares cuja propriedade intelectual é 100% nacional, ou pelo menos grande parte dela nacional. Então, o Feito em Angola hoje é muito mais do que bens, como às vezes se pensa, que é só a produção, mas hoje também são os serviços e muitas marcas de serviços estão naturalmente a perceber e a aderir ao serviço Feito em Angola.
Fazendo uma comparação dos anos anteriores ao período actual, como é que está a evolução desta adesão ao serviço?
O Feito em Angola não é um serviço novo, portanto foi criado inicialmente em 2012 e depois teve um período de algum interregno, então inicialmente até 2022 tínhamos mais de 130 empresas, cerca de 130 empresas que haviam aderido ao serviço feito em Angola e esses números que poderão, em algum momento, se questionar relativamente baixos, dado o período de vigência do programa, deveu-se, entre outros factores, à fraca estrutura administrativa ou operacional por detrás do próprio serviço. Sendo um serviço comercial e de marketing, era necessário que numa altura em que se estava a tentar criar esse ambiente de confiança para que os empresários produzissem e valorizassem mais as matérias-primas nacionais no acto da sua actividade, era importante que houvesse aqui uma campanha muito mais forte que pudesse incidir sobre estas empresas para que elas pudessem aderir. Devemos entender que era também um período que estávamos, no fundo, a intensificar as acções e as medidas tendentes ao reforço do papel do sector privado…
Leia mais em