Numa altura em que Angola regista uma subida da cotação do barril de Brent, ultrapassando já os 70 dólares, devido à instabilidade geopolítica entre o Irão e o Israel e com as ameaças do Irão que pondera encerrar o Estreito de Ormuz, analistas prevêem dias melhores para o país, entretanto, apelam à cautela na gestão das finanças públicas
De acordo com os especialistas ouvidos pelo jornal OPAÍS, o conflito no Médio Oriente apresenta incertezas para a economia global, caso o Irão cumpra com a promessa de fechar o Estreito de Ormuz, responsável por cerca de 30% do petróleo comercializado por via marítima, 20% do fornecimento global de petróleo e 25% do comércio marítimo de gás natural liquefeito.
Para o analista do Mercado Petrolífero da PetroAngola, Vladimir Pereira, a instabilidade representa uma série de ameaças ao comércio internacional e à segurança energética em todo o mundo, entretanto, para o caso de Angola, o conflito gera efeitos positivos, sobre tudo devido à valorização dos preços do petróleo nos mercados internacionais.
“O actual nível de preços é fundamental para a sustentabilidade das finanças públicas e execução das despesas nacionais previstas para este ano, bem como diminui a pressão para uma possível revisão orçamental”, disse.
Para Vladimir Pereira, há também riscos associados, como a possibilidade de encerramento do Estreito de Ormuz, o que poderia comprometer as cadeias globais de abastecimento. Nesse cenário, Angola enfrentaria os impactos da inflação importada, devido à elevada dependência das importações de bens e serviços.
Por: Rita Fernando