A Edison Investment Research, uma das principais casas de análise independentes com presença em Londres, Nova Iorque e Frankfurt, publicou recentemente uma análise ao Banco Angolano de Investimentos (BAI). O documento apresenta um overview positivo sobre a instituição angolana, destacando a sua robustez financeira e perspectivas de crescimento. Conhecida pela profundidade técnica e pela influência que exerce sobre investidores institucionais globais, a Edison confere credibilidade adicional às conclusões alcançadas, situando o BAI e o país num patamar de reconhecimento internacional.
O relatório evidencia vários pontos-chave. Em primeiro lugar, sublinha a sólida capitalização do BAI e rácios de solvabilidade consistentes, factores que garantem estabilidade num ambiente económico ainda exposto a choques externos. Em segundo, destaca o crescimento contínuo da base de clientes, que ultrapassou os 2,7 milhões no primeiro semestre de 2025, e a aceleração da concessão de crédito. Refere ainda a valorização expressiva das acções do banco, cotado na BODIVA desde 2022, e a rendibilidade dos capitais próprios em torno de 26%, indicador comparável ou superior ao de pares regionais como bancos nigerianos e sul-africanos.
A avaliação do desempenho do BAI é positiva, mas o significado desta análise é mais profundo. Quando uma entidade independente e de prestígio internacional passa um “certificado de robustez” a um banco nacional, produz um efeito sistémico sobre a percepção do mercado angolano. De forma natural, ajuda a reduzir o risco percebido lá fora e diminui a assimetria de informação entre Angola e os investidores globais. É preciso notar que muitos fundos institucionais e investidores privados tomam decisões com base em análises independentes, e a inclusão de um banco angolano como o BAI neste radar, e com estes resultados sólidos, melhora de imediato a visibilidade do país.
A banca é uma intermediária indispensável para a canalização de investimento em sectores produtivos como a agricultura, logística, energia, indústria transformadora, entre outras. O estudo citado reforça a narrativa de que Angola, apesar de vulnerável à volatilidade petrolífera, dispõe de sectores financeiros capazes de garantir estabilidade, gestão prudente e rendibilidade. Ganha todo o sistema bancário e financeiro angolano (não só o BAI), que prova que tem condições para operar com padrões próximos dos mercados emergentes mais avançados.
Neste enquadramento a banca nacional consolida a sua posição entre os pares regionais, afirmando-se como parceiro relevante do esforço público e privado de modernização económica e reforço da estabilidade financeira. O parecer da Edison não deve ser visto como um ponto de chegada, mas como um sinal de que o sistema bancário angolano começa a merecer maior atenção e escrutínio internacional, exigindo por isso, continuidade nas reformas, transparência e disciplina institucional.
POR: Por: Paulo Forquilha – Economista