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Trabalhadoras de sexo denunciam cafetão que recrutava jovens nas redes sociais

Jornal Opais por Jornal Opais
12 de Agosto, 2024
Em Destaque
Tempo de Leitura: 5 mins de leitura
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O Comando Municipal da Polícia Nacional no Lubango, capital da província da Huíla, procedeu recentemente à detenção de um cidadão de 28 anos idade, acusado de ter cometido, entre vários crimes, o de chantagem contra as trabalhadoras de sexo

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Nos últimos tempos, tem sido frequente, nas redes sociais, convites a jovens mulheres para trabalharem em casas de prostituição, com a promessa de salários diários atraentes que vão dos AO 30.000,00 aos 50.000,00, bem como com supostas garantias de segurança, transporte e cuidados adicionais da beleza.

O que não se imagina é que muitos proprietários destas casas, que actuam preferencialmente nas redes sociais, como Face- book e Whatsapp, exigem que as suas trabalhadoras se envolvam sexualmente com os mesmos como pagamento pelo agenciamento.

O jovem detido, de 28 anos de idade, cuja identidade preferimos ocultar, é proprietário de várias contas nas redes sociais, com realce para o Facebook, onde se faz passar por uma mulher proprietária de uma casa de prostituição que se encontra a recrutar novas trabalhadoras.

Para o efeito, ele exigia que as candidatas enviassem para si nudez (fotos sem roupa), que serviriam de catálogos para os potenciais clientes escolherem os serviços prestados por elas, sob sua autorização, em locais previamente definidos por ele.

Entretanto, já na posse das foto- grafias íntimas, o jovem cafetão, apesar de agendar os encontros com os clientes e as trabalhadoras de sexo, exigia que cada uma delas tivesse igualmente um acto sexual como ele, a título de pagamento pelo agenciamento, em vez de dinheiro.

Ao todo, foram identificadas cinco vítimas deste jovem, entre as quais três tiveram a coragem e denunciaram tais actos à Polícia Nacional, que acabou detendo o cafetão.

Boneca, nome fictício de uma das trabalhadoras de sexo, revelou que teve de se envolver sexualmente com o cafetão, porque este ameaçava publicar as suas fotos íntimas nas redes sociais.

“Eu recebi uma mensagem no meu facebook de um suposto homem, que estava a me chantagear dizendo que divulgaria as minhas fotos íntimas, e se isso não acontecesse, exigiu que nos envolvéssemos em três fases, e assim aconteceu.

Quando descobri que ele era o homem com quem já me envolvi há tempos, procurei ajuda para denunciá-lo. Ele teve acesso às minhas fotos íntimas, porque eu própria havia manda- do quando eu estava no mundo da prostituição”, revelou.

Por sua vez, Lolita, uma outra trabalhadora de sexo, diz ser a mais atenta, por isso, nunca partilhou fotos íntimas com o seu rosto visível, mas, mesmo assim, não escapou das garras do seu agente.

“Infelizmente, eu e mais algumas meninas somos vítimas deste senhor, que se passava por cafetão, mas ele não aceitava dinheiro em pagamento. Ele dava-me clientes, e eu teria de pagar, mas ele não aceitava dinheiro.

No primeiro dia, eu disse que não queria trabalhar nestes moldes, mas, depois de dois dias, visto que estava a precisar de dinheiro, eu mandei mensagem para ele a dizer que aceitava a proposta.

Também mandei as minhas fotos íntimas, mas sem o rosto, por isso ele não conseguiu fazer chantagens, como fez com as demais meninas” afirmou.

Polícia Nacional destaca a coragem das denunciantes

O Comando Municipal da Polícia Nacional no Lubango destacou a coragem das três jovens que denunciaram os actos de chantagem, que culminou com a detenção do jovem de 28 anos de idade, na qualidade de suposto autor destes actos.

O comandante municipal do Lubango, superintendente-chefe Domingos Amadeu, disse que as vítimas são cinco, mas este número pode vir a subir, em função das investigações que estão a ser desenvolvidas pelos peritos da Polícia Nacional.

Falta de independência financeira pode levar à prostituição

O elevado custo de vida que se assiste um pouco por todo o país e a vulnerabilidade que se encontram muitas famílias podem estar na base do aumento da prostituição um pouco por todo o país.

A nossa equipa de reportagem ouviu algumas jovens mulheres que falaram sobre o assunto. Estas apontam a falta de independência financeira no seio de muitas mulheres, associada à inexistência de políticas do Estado viradas para o apoio às iniciativas femininas de empreendedorismo.

A activista Helena Radim Senga defende que se faça um estudo que possa envolver a presença de psicólogos, para que se chegue à origem do problema, já que as consequências são visíveis aos olhos de todos, e encontrar saída para reduzir o índice de prostituição na sociedade angolana.

Para a também defensora dos direitos humanos e das mulheres, o financiamento a pequenas iniciativas feminina e a atribuição de bolsas de estudo podem ser o caminho para se alcançar tais objectivos. “A prostituição em Angola é uma realidade.

Embora possa não ser amplamente discutida, ou visível em todas as partes do país, existem evidências e relatos que mostram que a prostituição ocorre em várias áreas urbanas e também em regiões mais remotas.

A presença de prostituição pode estar relacionada a factores económicos, sociais e culturais, e é um tema que está presente em debates sobre políticas públicas e direitos humanos no país” afirmou.

Pelo facto de a prostituição ser uma realidade em Angola, muitas vozes se têm levantado para que se preste uma particular atenção às mulheres trabalhadoras de sexo.

Há quem fale mesmo da legalização da prostituição no nosso país, para que se possa controlar a população que a ela se dedica, e para a activista Radim Senga esta é uma hipótese que carece de muita reflexão antes de ser levantada.

“Não concordo com a legislação da prostituição em Angola, porque poderia apresentar vá- rias desvantagens, incluindo o aumento do tráfico de pessoas, porque a regulamentação poderia criar um mercado mais atraente para a rede de tráfico de pessoas, explorando a vulnerabilidade de indivíduos para fins de prostituição forçada; há ainda as questões de saúde pública sem um controlo rigoroso: a legalização pode não garantir adequadas medidas de saúde e segurança, levando ao aumento de doenças sexualmente transmissíveis e outras condições de saúde entre trabalhadores e clientes”, defende.

Falou ainda da estigmatização e exclusão social, pois, na sua opinião, ao se legalizar, as trabalhadoras do sexo podem continuar a enfrentar isso, prejudicando sua integração e bem-estar social; impactos económicos: o sector pode ter impactos económicos negativos não intencionais, como a potencial elevação de custo para a administração pública e a necessidade de investimento em infra-estruturas e serviços de suporte.

“Essas desvantagens indicam que a legalização da prostituição requer uma abordagem cuidadosa e bem planeada para mitigar possíveis problemas e garantir a protecção dos direitos e a segurança dos envolvidos” apontou.

Por outro lado, a jovem Rosália Alberto, empreendedora, apela para que as mulheres da sua idade devem apostar mais na sua formação profissional e criar negócios que as possibilite ter uma independência financeira e sustentar as suas necessidades.

“Apesar de isso depender muito do carácter e educação da pessoa, eu, por exemplo, já me veio em mente fazer sexo por dinheiro, por necessidade de alimentar os meus filhos e pra mim, mas não é com isso que eu caí nesta vida.

Os bens materiais, para nós mulheres, são uma situação preocupante: vejo uma amiga com um cabelo muito caro e sem saber onde ela tirou, a intenção é mesmo cair nesta leva”, exemplificou.

A entrevistada dá graças por ter permitido que se tornasse numa mulher independente. “Podemos sim sobreviver sem ter que se prostituir, basta que se exercite mais o nosso carácter e imagem, devemos ter cuidado com as amizades que vamos cultivando, tanto nas redes sociais quanto no nosso dia-a-dia”, recomendou.

POR:João Katombela, Huíla

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