O atleta Pedro Adão, de 31 anos, que conquistou recentemente a medalha de prata no Campeonato do Mundo, realizado na China, contou o seu percurso no halterofilismo, as dificuldades que tem enfrentado, além de ter feito duras críticas ao Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD)
Natural de Luanda, Pedro Adão cresceu no Bairro dos Kwanzas, na zona do Hoji Ya Henda, na ca – pital do país. Foi ali que, ainda criança, descobriu a paixão pe – lo desporto. “Comecei aos sete anos de ida – de.
Praticava futebol com os meus amigos como ponta de lança ”, rela – tou, sublinhando que jogava com as mãos. “Era uma situação muito es – tranha por conta das minhas limita – ções ”, explicou.
No início, contou, os colegas ti – nham receio de enfrentá-lo com fir – meza, com medo de o machuca – rem. Mas Pedro Adão sempre incenti – vou os amigos a jogarem de igual pa – ra igual.
“Pedia que me tratassem co – mo qualquer outro. Posteriormente, eles começaram mesmo a jogar co – mo se eu fosse uma pessoa normal ”, recordou. Essa atitude, segundo o atleta, mol – dou a sua visão de mundo e fortaleceu a autoestima. “Isso ajudou-me a en – carar a sociedade de forma normal e melhorou muito a minha autoesti – ma ”, declarou.
O espírito competitivo e a paixão pelas modalidades levaram-no a dar os primeiros passos no despor – to adaptado com o basquetebol em cadeira de rodas. Em 2013, conheceu o treinador Moniz Marques, que o levou para o Misto da Cidadela.
“Foi aí que co – meçou a minha trajectória no des – porto adaptado de forma mais sé – ria ”, afirmou. Durante esse percurso, cruzouse com António Baltazar “Mantona”, colega de equipa e também discípulo de Moniz Marques.
Foi “Mantona” quem lhe apre – sentou uma nova modalidade: o halterofilismo. Baltazar percebeu o potencial de Pedro Adão e convi – dou-o a experimentar a modalida – de em 2015.
“Achei estranho levantar ferros no começo, mas depois não parei mais ”, apontou. No mesmo ano, começou a trei – nar com afinco no halterofilismo adaptado, e a decisão mostrou-se acertada.
A propósito, sete anos depois, em 2022, alcançaria a primeira meda – lha internacional: bronze no Cam – peonato Africano da modalidade, que teve lugar no Egipto. “Foi um marco muito importan – te na minha carreira.
Mostrou que eu podia ir mais longe ”, acrescen – tou. Este ano de 2025 foi ainda mais especial para o atleta, tendo alcan – çado o segundo lugar no Campe – onato do Mundo de halterofilismo adaptado, em Beijing, China, tra – zendo para casa a medalha de prata na categoria de 49 quilogramas. “Um momento indescritível. Treinei muito, sacrifiquei muito, mas valeu a pena ”, assinalou.
Além do halterofilismo, Pedro Adão é também praticante de “mão boll ”, modalidade emergente em solo angolano. Este ano, disputou-se pela pri – meira vez uma competição nacio – nal da modalidade, e o atleta vol – tou a brilhar. Na final, realizada no Pavilhão da Cidadela Desportiva, em Luan – da, “Man Rena ” foi eleito o melhor atleta e mais valioso (MVP) do tor – neio.
“É sempre uma honra ser reco – nhecido. Tento dar o meu melhor em tudo o que faço ”, frisou. Disse que a sua rotina de trei – nos é intensa, dividida entre as du – as modalidades. “Disciplina e foco são essenciais. Não há sucesso sem sacrifício. Tenho realizado os meus treinos no ginásio PD FITNESS e PD EVENTOS ”, declarou.
Por: Kiameso Pedro